Uma breve história dos veículos elétricos

A história dos veículos elétricos é longa. Nos anos de 1800, inovadores da Hungria, da Holanda e dos Estados Unidos trabalharam no desenvolvimento de  veículos movidos a bateria. O primeiro carro elétrico  nos EUA foi construído por William Morrison, em 1891. Em 1900, os carros elétricos ganharam ampla popularidade, somando 38% de todos os veículos nas ruas dos EUA, comparados com 22% movidos a gasolina. Thomas Edison e Henry Ford trabalharam juntos para construir um  veículo elétrico comprável. Em 1912, o estoque global de veículos elétricos  alcançou o pico histórico de 30.000 unidades.

 

Em 1908, a produção em série do Ford Model T abaixou  o custo dos carros a gasolina, que, por sua vez, abaixou em um terço do preço de um carro elétrico. Em 1912, um carro a gasolina  custava  por volta de US$ 650, enquanto um carro elétrico custava US$ 1750. Durante a década de 1920, os carros elétricos perderam valor de mercado nos EUA devido ao aumento dos postos de gasolina[6], à construção de um sistema de rodagem mais desenvolvido conectando cidades, o que permitia aos motoristas viajarem longas distâncias, e a descobertas domésticas de petróleo (o petróleo barato do Texas). Juntos, estes fatores contribuíram  para que os carros a gasolina dominassem a indústria.

 

O automóvel se tornou um “agente de férias” para os norte-americanos, com novas rodovias construídas se estendendo de oceano a oceano e de Norte a Sul, abrindo o interior para os negociantes urbanos. Os carros elétricos tinham uma dirigibilidade de 30 a 40 milhas (50 a 65 km) e infraestrutura de carga limitada, o que o tornava impróprio  para longas viagens. Enquanto o combustível barato tornava-se facilmente disponível no interior do país com a expansão dos postos de gasolina em todo lugar, apenas alguns poucos norte-americanos fora das cidades tinham  acesso à eletricidade  naquela época. Em 1935, os carros elétricos foram extintos com o domínio do mercado pelos carros a gasolina.

 

Seguindo essa precoce expansão e queda, as  pesquisas e desenvolvimentos sobre os carros elétricos continuaram como um meio para reduzir a poluição do ar na década de 1960 e diminuir a dependência do petróleo no rastro da crise de 1973. Iniciando na década de 1990, as exigências dos  Veículos Emissão Zero da Califórnia  (VEZ) incentivaram os fabricantes automotivos a se comprometerem com um limite anual de vendas de carros elétricos através da distribuição de créditos VEZ.

 

Foi apenas ao final do século que os veículos elétricos começaram a voltar ao cenário. Em 1997, o Toyota Prius se transformou no primeiro veiculo elétrico híbrido produzido em série. Em 2006, o  Tesla Roadster foi introduzido pela fabricante automotiva novata Tesla Motors, localizada no Vale do Silício, e o carro esporte de luxo elétrico começou a alterar as percepções do público. Em 2011, a  Nissan produziu o Leaf, comercializado como “carro de família ecológico líder e de preço popular”.

 

Em 2017, as montadoras tradicionais , incluindo BMW e General Motors, estavam todas investindo em veículos elétricos. Após uma década da  aceitação inicial, espera-se que os carros elétricos virem  tendência de mercado até o início da década de 2020. A Volvo recentemente  comprometeu-se  a produzir exclusivamente carros elétricos e modelos híbridos a partir de 2019. A Inglaterra e a França  anunciaram  planos para banir a venda de novos carros a gasolina e a diesel até 2040, enquanto a Noruega  propôs  a meta ambiciosa de substituir totalmente os carros a gasolina até 2025.

 

No caso da Volkswagen a estratégia é abandonar o diesel e se posicionar na busca de veículos sustentáveis para sair do lamaçal do dieselgate (que pegou no caixa, já que as multas somam US$ 30 bilhões, mas, talvez principalmente, na reputação). Nos próximos oito anos, a empresa pretende lançar 30 híbridos plug-in (motor elétrico, motor a gasolina ou gás, bateria recarregável na tomada) e 20 elétricos puros, o que demandará investimento de mais US$ 20 bi. Além disso, suas co-marcas Audi e Porsche, que anteriormente investiam em categorias de corrida para desenvolvimento de tecnologia dos motores a combustão, agora puseram todas as fichas na Fórmula-E, categoria de carros elétricos.