Secretário Geral da ONU faz apelo pelo clima

DISCURSO DO SECRETÁRIO GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE A MUDANÇA DO CLIMA

 

Nova York, 10 de setembro de 2018

 

 

Senhoras e senhores,

 

Obrigado por virem hoje à sede da ONU.

 

Eu pedi a presença de vocês  para soar um alarme.

 

A mudança climática é a questão que define nosso tempo – e estamos em um momento decisivo.

 

Nós estamos enfrentando uma ameaça existencial direta.

 

A mudança climática está avançando mais rápido do que nós.

 

Se não mudarmos de rumo até 2020, correremos o risco de perder o ponto no qual podemos ainda será possível evitar o descontrole da mudança climática, o que terá consequências desastrosas para as pessoas e todos os sistemas naturais que nos sustentam.

 

É por isso que, hoje, apelo para os líderes políticos, de empresas e da ciência, e para a população de todo o mundo.

 

Nós precisamos quebrar a paralisia.

 

Nós temos razões morais e financeiras para agir.

 

Temos as ferramentas para tornar nossas ações eficazes.

 

O que ainda falta – mesmo depois do Acordo de Paris – é liderança, e a ambição para fazer o que precisa ser feito.

 

Meus amigos,

 

Que não haja dúvidas sobre a urgência da crise.

 

Estamos experimentando temperaturas recordes em todo o mundo.

 

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, as últimas duas décadas incluíram 18 dos anos mais quentes desde 1850, quando os registros começaram.

 

E este ano está a caminho de ser o quarto mais quente do registro histórico.

 

Ondas de calor extremas, incêndios florestais, tempestades e inundações estão deixando um rastro de morte e devastação.

 

No mês passado, o estado de Kerala, na Índia, sofreu a pior inundação provocada pelas monções na história recente, o que matou 400 pessoas e retirou mais 1 milhão de suas casas.

 

Sabemos agora que o furacão Maria matou quase 3.000 pessoas em Porto Rico no ano passado, o que o transformou num dos mais graves desastres meteorológicos extremos na história dos EUA.

 

Muitas dessas pessoas morreram nos meses seguintes à tempestade, porque não tinham acesso à eletricidade, à água potável e a cuidados de saúde adequados devido ao furacão.

 

O que torna tudo isso ainda mais perturbador é que fomos avisados.

 

Os cientistas nos avisam há décadas. De novo e de novo.

 

Muitos líderes se recusaram a ouvir.

 

Poucos agiram com a visão que a ciência exige.

 

Vemos agora os resultados.

 

Em alguns casos, eles estão se aproximando dos piores cenários previstos pelos cientistas.

 

O gelo marinho do Ártico está desaparecendo mais rapidamente do que imaginávamos ser possível.

 

Este ano, pela primeira vez, o gelo marinho permanente e espesso ao norte da Groenlândia começou a se romper.

 

Este aquecimento dramático do Ártico está afetando os padrões climáticos de todo o hemisfério norte.

 

Os incêndios florestais estão durando mais e se espalhando ainda mais.

 

Algumas das chamas são tão grandes que enviam fuligem e cinza à toda a atmosfera, escurecendo as geleiras e as calotas polares, derretendo-as ainda mais rapidamente.

 

Os oceanos estão se tornando mais ácidos, ameaçando a fundação das cadeias alimentares que sustentam a vida.

 

Corais estão morrendo em grande quantidade, esgotando ainda mais a pesca.

 

E, em terra, o alto nível de dióxido de carbono na atmosfera está tornando as lavouras de arroz menos nutritivas, ameaçando o bem-estar e a segurança alimentar de bilhões de pessoas.

 

À medida que a mudança climática se intensifica, a água se tornará mais escassa.

 

Será mais difícil alimentar nossos povos.

 

As taxas de extinção aumentarão na medida da diminuição dos habitats vitais.

 

Mais e mais pessoas serão forçadas a migrar, pois a terra da qual dependem se tornará menos capaz de apoiá-las.

 

Isso já está levando a conflitos locais sobre recursos cada vez menores.

 

Em maio passado, a Organização Meteorológica Mundial mostrou um outro marco sombrio: a maior média mensal de concentrações de dióxido de carbono já registrada.

 

Já há muito tempo se avisa que o limiar crítico das concentrações na atmosfera é de quatrocentas partes por milhão.

 

Já superamos 411 partes por milhão e as concentrações continuam a subir.

 

Esta é a maior concentração dos últimos 3 milhões de anos.

 

Queridos amigos,

 

Nós sabemos o que está acontecendo com o nosso planeta.

 

Sabemos o que precisamos fazer.

 

E até sabemos como fazer.

 

Mas, infelizmente, a ambição da nossa ação não está nem perto de onde precisaria estar.

 

Quando os líderes mundiais assinaram o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas há três anos, prometeram parar o aquecimento global antes que este chegue a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais, e trabalhar para manter este aumento o mais próximo possível de 1,5 graus.

 

Estas metas eram as mínimas para evitarmos os piores impactos da mudança climática. Mas os cientistas nos dizem que estamos longe de cumpri-las.

 

Segundo um estudo da ONU, os compromissos assumidos até agora pelos países que ratificaram o Acordo de Paris representam apenas um terço do que é necessário.

 

A montanha à nossa frente é muito alta.

 

Mas não é intransponível.

 

Nós sabemos como escalá-la.

 

Simplificando, precisamos pôr um freio nas emissões mortais de gases do efeito estufa e impulsionar a ação climática.

 

Precisamos nos afastar rapidamente da nossa dependência dos combustíveis fósseis.

 

Precisamos substituí-los pela energia limpa da água, do vento e do Sol.

 

Precisamos deter o desmatamento, restaurar florestas degradadas e mudar a forma como cultivamos.

 

Precisamos abraçar a economia circular e a eficiência no uso dos recursos.

 

Nossas cidades e setores de transporte precisarão ser revisados.

 

Será necessário repensar as maneiras pelas quais aquecemos, resfriamos e iluminamos nossos prédios, para desperdiçarmos menos energia.

 

E é aí que a conversa se torna empolgante.

 

Porque, muito da conversa sobre a mudança climática se concentra na desgraça e na melancolia.

 

Avisos são necessários. Mas o medo não fará o trabalho.

 

Não, o que captura minha imaginação é a vasta oportunidade proporcionada pela ação climática.

 

Meus amigos,

 

Enormes benefícios aguardam a humanidade se pudermos enfrentar o desafio climático.

 

Muitos desses benefícios são econômicos.

 

Ouço o argumento – geralmente baseado em interesses particulares – segundo o qual o enfrentamento das mudanças climáticas é caro e prejudica o crescimento econômico.

 

Isto é besteira.

 

Na verdade, o oposto é verdadeiro.

 

Temos hoje enormes perdas econômicas causadas pelas mudanças climáticas.

 

Durante a última década, o clima extremo e o impacto na saúde da queima de combustíveis fósseis custaram à economia norte-americana pelo menos 240 bilhões de dólares por ano.

 

Esse custo crescerá explosivamente, em 50% somente na próxima década.

 

Até 2030, a perda de produtividade causada por um mundo mais quente pode custar à economia global 2 trilhões de dólares.

 

Mais e mais estudos também mostram os enormes benefícios da ação climática.

 

Na semana passada estive no lançamento do relatório sobre a Nova Economia Climática da Comissão Global sobre Economia e Mudança Climática.

 

Ele mostra que a ação climática e o progresso socioeconômico se apoiam mutuamente, com ganhos de 26 trilhões de dólares previstos até 2030, em comparação com a maneira usual de condução dos negócios.

 

Por exemplo, para cada dólar gasto na restauração de florestas degradadas, até US$ 30 podem ser recuperados em benefícios econômicos e na redução da pobreza.

 

A restauração de terras degradadas melhora as vidas e os rendimentos de agricultores e pastores e reduz a pressão de migração para as cidades.

 

O abastecimento de água e o saneamento resilientes ao clima podem salvar a vida de mais de 360.000 bebês a cada ano.

 

E o ar limpo tem vastos benefícios para a saúde pública.

 

A Organização Internacional do Trabalho relata que políticas de bom senso para negócios verdes poderiam criar 24 milhões de novos empregos em todo o mundo até 2030.

 

Na China e nos Estados Unidos, os novos empregos gerados pela energia renovável já superam os criados nas indústrias de petróleo e gás.

 

E, em Bangladesh, a instalação de mais de quatro milhões de sistemas solares domésticos gerou mais de 115 mil empregos e economizou 400 milhões de dólares em lares rurais que antes consumiam combustíveis poluentes.

 

Portanto, a mudança para a energia renovável não apenas economizaria dinheiro, mas também criaria novos empregos, desperdiçaria menos água, aumentaria a produção de alimentos e limparia o ar poluído que está nos matando.

 

Não há nada a perder com a ação; só temos a ganhar.

 

Mas ainda há muitos que acham o desafio grande demais.

 

Discordo.

 

A humanidade já enfrentou e superou imensos desafios; desafios que nos exigiram que trabalhássemos conjuntamente e deixássemos de lado a divisão e a diferença para combater uma ameaça comum.

 

Foi assim que as Nações Unidas surgiram.

 

Foi assim que ajudamos a acabar com muitas guerras, parar doenças, reduzir a pobreza global e sanar o buraco na camada do ozônio.

 

Agora estamos em uma encruzilhada existencial.

 

Se quisermos seguir o caminho correto – o único caminho sensato – teremos que reunir toda a força da engenhosidade humana.

 

Essa engenhosidade existe e já está fornecendo soluções.

 

Queridos amigos,

 

A tecnologia está do nosso lado na batalha para enfrentar a mudança climática.

 

O crescimento da energia renovável tem sido enorme.

 

Hoje, ela é competitiva – e até mais barata – do que o carvão e o petróleo, especialmente se for considerado o custo da poluição.

 

No ano passado, a China investiu 126 bilhões de dólares em energia renovável, um aumento de 30% em relação ao ano anterior.

 

A Suécia deve atingir a meta que se auto impôs para a energia renovável em 2030 já neste ano – com 12 anos de antecedência.

 

Em 2030, a energia eólica e a solar podem movimentar mais de um terço da Europa.

 

O Marrocos está construindo uma fazenda solar do tamanho de Paris, a qual abastecerá mais de um milhão de casas até 2020, com energia limpa e acessível.

 

A Escócia inaugurou o primeiro parque eólico flutuante do mundo.

 

Na Tailândia, o Solar Power Company Group – liderado por uma mulher – viu potencial nos incentivos fornecidos pelo governo e desbloqueou ainda mais financiamento privado para a construção de 36 parques solares que representam quase 20% da produção solar do país.

 

Existem outros sinais de esperança.

 

Países ricos em combustíveis fósseis, como os Estados do Golfo e a Noruega, estão explorando maneiras de diversificar suas economias.

 

A Arábia Saudita está investindo pesadamente em renováveis ​​para passar de uma economia de petróleo para uma economia de energia.

 

O fundo soberano de 1 trilhão de dólares da Noruega – o maior do mundo – afastou-se dos investimentos em carvão e de várias empresas de papel e celulose devido às florestas que destroem.

 

Há também sinais promissores indicando que as empresas estão despertando para os benefícios da ação climática.

 

Mais de 130 das maiores e mais influentes empresas do mundo planejam energizar suas operações com 100% de energia renovável.

 

Dezoito multinacionais mudarão suas frotas para veículos elétricos.

 

E mais de 400 empresas desenvolverão metas baseadas na ciência mais recente para gerenciar suas emissões.

 

Uma das maiores seguradoras do mundo, a Allianz, parará de assegurar usinas a carvão.

 

Os investimentos também estão mudando.

 

Mais de 250 investidores representando 28 trilhões de dólares em ativos assinaram a iniciativa Climate Action 100+.

 

Eles se comprometeram a se envolver com os maiores emissores corporativos de gases do efeito estufa do mundo para melhorar seu desempenho climático e garantir a transparência na divulgação de emissões.

 

Muitos destes exemplos serão apresentados nesta semana na importante Cúpula Global de Ação Climática que será realizada pelo governador Brown na Califórnia.

 

Todos estes pioneiros viram o futuro.

 

Eles estão apostando no verde porque entendem que este é o caminho para a prosperidade e a paz em um planeta saudável.

 

A alternativa é um futuro sombrio e perigoso.

 

Todos estes são passos importantes.

 

Mas não são suficientes.

 

A transição para um futuro mais limpo e mais verde precisa ser acelerada.

 

Estamos em um momento verdadeiramente de “use ou perca”.

 

Durante a próxima década, o mundo investirá cerca de 90 trilhões de dólares em infraestrutura.

 

Temos de garantir que esta seja sustentável, ou nos amarraremos a um futuro perigoso e altamente poluente. E para que isso aconteça, os líderes do mundo precisam se apresentar.

 

O setor privado está pronto para mudar, e muitos estão fazendo isso.

 

Mas a falta de uma decisiva ação governamental está causando incerteza nos mercados e preocupação com o futuro do Acordo de Paris.

 

Não podemos deixar que isto aconteça.

 

Tecnologias empolgantes estão esperando para entrar em operação – combustíveis mais limpos, materiais de construção alternativos, melhores baterias e avanços na agricultura e no uso da terra.

 

Estas e outras inovações podem ter um papel importante na redução das emissões de gases de efeito estufa, para que possamos atingir as metas de Paris e injetar uma maior ambição tão urgente e necessária.

 

Mas estas inovações só se tornarão realidade se governos e indústrias investirem em pesquisa e desenvolvimento.

 

Os governos também devem acabar com os subsídios dados aos combustíveis fósseis e instituir preços de carbono que reflitam o verdadeiro custo de poluir com as emissões de gases de efeito estufa e incentivar a transição para a energia limpa.

 

Queridos amigos,

 

Falei da emergência que enfrentamos, dos benefícios da ação e da viabilidade de uma transformação favorável ao clima.

 

Há outra razão para agir – o dever moral.

 

As nações mais ricas do mundo são as mais responsáveis ​​pela crise climática, mas os efeitos são sentidos primeiro e com mais força pelas nações mais pobres e pelas pessoas e comunidades mais vulneráveis.

 

Nós já vemos esta injustiça no incessante e crescente ciclo de secas extremas e tempestades cada vez mais poderosas.

 

Mulheres e meninas, em particular, pagarão um preço maior – não apenas porque suas vidas se tornarão mais difíceis, mas porque, em tempos de desastre, as mulheres e meninas sempre sofrem desproporcionalmente.

 

As nações mais ricas devem, portanto, não apenas reduzir suas emissões, mas fazer mais para garantir que os mais vulneráveis ​​possam desenvolver a resiliência necessária para sobreviver aos danos que essas emissões estão causando.

 

É importante notar que, como o dióxido de carbono é duradouro na atmosfera, as mudanças climáticas que já estamos observando persistirão nas próximas décadas.

 

É necessário que todas as nações se adaptem e que as mais ricas ajudem as mais vulneráveis.

 

Queridos amigos,

 

Esta é a mensagem que vou transmitir em alto e bom som para todo o mundo, e diretamente aos líderes mundiais na Assembleia Geral da Nações Unidas deste mês em Nova York.

 

Vou dizer-lhes que a mudança climática é o grande desafio do nosso tempo.

 

Eu direi que, graças à ciência, sabemos seu tamanho e natureza.

 

Vou enfatizar que temos engenhosidade, recursos e ferramentas para enfrentá-lo.

 

E vou enfatizar que líderes devem liderar.

 

Temos os incentivos morais e financeiros para agir.

 

O que está faltando ainda, mesmo depois de Paris, é liderança, um senso de urgência e um compromisso verdadeiro com uma resposta multilateral decisiva.

 

As negociações sobre as diretrizes para a operacionalização do Acordo de Paris terminaram ontem em Bangcoc com algum progresso – mas longe do suficiente.

 

O próximo momento chave acontecerá na Polônia em dezembro.

 

Eu peço aos líderes que aproveitem todas as oportunidades entre agora e dezembro – as reuniões do G7 e do G20, bem como as reuniões da Assembleia Geral, do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional – para resolver os pontos críticos.

 

Não podemos permitir que Katowice nos lembre Copenhague.

 

Chegou a hora de nossos líderes mostrarem que se importam com as pessoas cujo destino têm nas mãos.

 

Precisamos deles para mostrar que se importam com o futuro – e o presente.

 

É por isso que estou muito feliz por ter uma representação tão forte da juventude na audiência hoje.

 

É imperativo que a sociedade civil – jovens, grupos de mulheres, o setor privado, comunidades de fé, cientistas e movimentos de base em todo o mundo – chamem seus líderes para prestar contas.

 

Eu chamo – em particular – a liderança das mulheres.

 

Quando as mulheres são capacitadas para liderar, elas são as motivadoras das soluções.

 

Nada menos que o nosso futuro e o destino da humanidade depende de como nos elevamos frente ao desafio climático.

 

Este afeta todos os aspectos do trabalho das Nações Unidas.

 

Manter o aquecimento do nosso planeta abaixo dos 2 graus é essencial para a prosperidade global, o bem-estar das pessoas e a segurança das nações.

 

É por isso que, em setembro próximo, convocarei uma Cúpula do Clima para levar a ação climática ao topo da agenda internacional.

 

Hoje, estou anunciando a nomeação de Luis Alfonso de Alba, um respeitado líder na comunidade climática, como meu enviado especial para liderar os preparativos.

 

Seus esforços complementarão os de meu enviado especial para a ação climática, Michael Bloomberg, e meu assessor especial Bob Orr, quem ajudará a mobilizar finanças privadas e a catalisar ações de baixo para cima.

 

A cúpula ocorrerá um ano antes dos países terem que melhorar suas promessas climáticas no âmbito do Acordo de Paris.

 

O resultado só pode ser um nível significativamente mais alto de ambição.

 

Para esse fim, a Cúpula se concentrará em áreas que vão direto ao núcleo do problema – os setores que geram mais emissões e as áreas onde a resiliência em construção fará a maior diferença.

 

A Cúpula proporcionará uma oportunidade para os líderes e parceiros demonstrarem ação climática real e mostrarem sua ambição.

 

Reuniremos atores da economia real e da política real, incluindo representantes de trilhões de dólares de ativos públicos e privados.

 

Eu quero ouvir sobre como vamos parar o aumento das emissões até 2020 e alcançar emissões líquidas-zero em meados do século.

 

Precisamos que cidades e estados mudem do carvão para energia solar e eólica – da energia marrom para a verde. Nossa grande cidade anfitriã, Nova York, está dando passos importantes nessa direção – e trabalhando com outros municípios para estimular a mudança.

 

Eu me comprometo, e a toda a ONU, neste esforço. Apoiaremos todos os líderes a enfrentarem o desafio que descrevi hoje.

 

Queridos amigos,

 

Na semana passada li sobre Greta Thunberg, de 15 anos.

 

Depois do verão mais quente da Suécia, ela decidiu entrar em greve na escola para exigir em frente ao Parlamento que os políticos acordem para a crise climática.

 

Ela sabe que o tempo para o debate acabou.

 

Agora é hora de ação. Não há mais tempo a perder.

 

Como mostra a ferocidade dos incêndios e ondas de calor deste verão, o mundo está mudando diante dos nossos olhos.

 

Estamos nos dirigindo para a beira do abismo.

 

Não é tarde demais para mudar de rumo, mas a cada dia que passa o mundo aquece um pouco mais e o custo de nossa inação aumenta.

 

Cada dia que deixamos de agir nos aproximamos um dia a mais do destino que nenhum de nós deseja – um destino que ressoará através das gerações nos danos causados ​​à humanidade e à vida na Terra.

 

Nosso destino está em nossas próprias mãos.

 

O mundo está contando com todos nós para enfrentar o desafio antes que seja tarde demais.

 

Obrigado.

 

Antonio Guterres