O rápido derretimento das geleiras no Himalaia e no Ártico canadense

O físico Paulo Artaxo comentou um trabalho de fôlego feito sobre o impacto da mudança do clima na grande cordilheira que vai do Himalaia ao Hindu Kush: “Mais de 2 bilhões de pessoas podem ser afetadas pelo derretimento de geleiras continentais, nos Himalaia, Andes, Atlas ou Alpes. (O) ciclo hidrológico nestas regiões depende de água armazenada na neve/gelo. Cerca de 36% do Himalaia derreterá ao longo deste século se conseguirmos limitar o aquecimento a 1,5oC, e 60% pode derreter se não agirmos já. Toda esta dinâmica já está sendo fortemente alterada, e o potencial de conflitos e migração forçada é enorme para centenas de milhões de pessoas.” O livro de mais de 600 páginas traz os resultados das pesquisas de 16 grupos de trabalho responsáveis por cada um dos capítulos e pode ser baixado de graça no site da Springer. A apresentação diz que o trabalho “estabelece o valor do Hindu Kush Himalaia para as 240 milhões de pessoas que vivem em suas encostas e vales, que cruzam 8 países que compartilham a região, e para as 1,65 bilhões de pessoas nas bacias dos rios e, em última instância, para o mundo. No entanto, a região e seus povos enfrentam pela frente um leque de desafios velhos e novos com a mudança do clima, a globalização, a migração de pessoas, conflitos e degradação ambiental. Ao mesmo tempo, vemos também um incrível potencial para encarar esses desafios de modo sustentável.” Matéria do The Guardian também comentou o livro.

Outro trabalho que acaba de ser publicado pela Nature relata que o retraimento de geleiras no Ártico canadense está revelando paisagens cobertas por gelo nos últimos 40.000 anos. Vale conferir.

 

Boletim ClimaInfo, 5 de fevereiro de 2019