Mais de R$ 15 bilhões para o agronegócio

A bancada ruralista e o setor agropecuário estão cobrando a promessa de campanha do presidente, uma promessa de mais de R$ 15 bilhões. Ela vem na forma de uma anistia às dívidas que os produtores têm para com a previdência do trabalhador rural, o Funrural. Se as receitas do Fundo caem e as despesas com os trabalhadores crescem, o Tesouro Nacional terá que cobrir o rombo. O que é tudo que Paulo Guedes diz que não quer. Abrir mais o rombo da Previdência é um sinal na contramão que Guedes quer dar para atrair mais investimentos. E é importante destacar que os maiores devedores são as maiores empresas, principalmente frigoríficos e empresas de alimentos. Exatamente as que deram um jeito de financiar campanhas, presidenciais e para o congresso. Algumas dessas gigantes, como a JBS e a holding da família Bertin, além enroscadas em dívidas, estão profundamente envolvidas nas investigações da Lava-jato.

A ministra da agricultura, Tereza Cristina, pressiona pelo perdão das dívidas do Funrural e pelo aumento do subsídio aos financiamentos do Plano Safra, principalmente nas linhas voltadas para os pequeno e médio produtor. Na prática, ela e amigos pedem novas linhas de crédito com taxas de juros livres, porém abaixo de 10%. Além disso, pedem um aumento de 50% na subvenção aos prêmios de seguro, que passaria de R$ 665 milhões para R$ 1 bilhão. Nesses pleitos, fica claro que o “agro que é tudo” depende de bilhões a fundo perdido do Tesouro Nacional.

 

Boletim ClimaInfo, 8 de fevereiro de 2019.