Hidrelétrica polêmica seca importante rio da Colômbia

Grandes hidrelétricas são polêmicas em todo o mundo. Grandes hidrelétricas na Amazônia são ainda mais polêmicas pelos enormes impactos socioambientais que podem provocar. A construção de uma hidrelétrica no Rio Cauca, na Colômbia, entrou com galhardia na galeria das obras que nunca deveriam ter sido feitas. O rio Cauca é o segundo rio mais importante da Colômbia, percorrendo 1.350 km entre as cordilheiras Central e Ocidental até se encontrar com o Rio Magdalena, já perto do seu estuário no Caribe. No meio do seu curso, está sendo construída uma grande hidrelétrica, a Hidroituango, com 2,4 GW de capacidade. Durante a construção, as águas do Cauca foram desviadas para passar por três túneis enquanto a barragem era construída. Só que dois deles tiveram que ser abandonados. Em abril do ano passado, começaram a encher a represa. Problemas na obra inutilizaram o túnel que sobrou. O pessoal tentou reativar os dois primeiros, mas não conseguiu. A represa continuou a encher, mas sem que houvesse nenhum mecanismo de escoamento. A água chegou a atingir o canteiro de obras. Sem que houvesse qualquer ação humana, um dos túneis tornou a abrir e a água começou a jorrar em alta vazão, provocando inundações e fazendo com que 25 mil pessoas precisassem ser evacuadas. Com esse descontrole, os engenheiros começaram a temer pela estrutura da barragem e pelas mais de 130 mil pessoas sob alerta de evacuação. Para voltar a controlar a vazão, entenderam que era preciso que a represa enchesse até chegar nos vertedouros. Só que começou o período seco. Eles decidiram, primeiro, reduzir drasticamente a vazão de água e, dias depois, fechar completamente as comportas. Alguns quilômetros rio abaixo, a medição do nível despencou, em dois dias, de quase 2 metros para menos de meio metro. Segundo a BBC, as “comunidades que antes haviam sido evacuadas devido a enchentes, agora enfrentavam problemas para pescar e irrigar seus campos agrícolas.” E ninguém sabe quanto tempo essa situação perdurará.

 

Boletim ClimaInfo, 11 de fevereiro de 2019.