O desenvolvimento da Amazônia baseado na sua biodiversidade

A jornalista Daniela Chiaretti escreveu um importante artigo sobre o projeto de desenvolvimento econômico para Amazônia calcado em pesquisa, desenvolvimento e industrialização dos múltiplos recursos da sua biodiversidade. Chiaretti cita um dos pais do projeto, o biólogo Ismael Nobre, que anunciou um “Bem-vindos à Amazônia 4.0.” O artigo traz uma lista de exemplos, como o da descoberta de um gene em um microrganismo capaz de decodificar uma enzima que transforma a celulose em açúcar; se funcionar em escala industrial, isto aumentaria em 50% a produção de etanol por tonelada de cana-de-açúcar. Outro pesquisador desenvolveu um grampo de sutura cirúrgica inspirado no formato da mandíbula da saúva. E por aí vai. Este projeto de desenvolvimento da Amazônia vem sendo engendrado por pesquisadores da USP e do Imazon e, segundo Chiaretti, “trata-se de inserir tecnologia de ponta na floresta e sair da armadilha atual, em que as árvores amazônicas são derrubadas porque não se consegue impulsionar um modelo de negócios que seja sustentável.” O artigo termina com uma boa imagem: “A ideia dos brasileiros é fazer com que a Amazônia se desenvolva com as riquezas que vêm da floresta. Não precisa imitar São Paulo e ter que corrigir depois todos os desafios urbanos da metrópole que cresceu transformando o verde em asfalto.”

 

Boletim ClimaInfo, 20 de fevereiro de 2019.