A greve estudantil pelo clima que não chegou ao Brasil

As greves de jovens estudantes às sextas-feiras continuam numa preparação para o grande evento que ocorrerá no mundo todo no dia 15 de março. O que começou com uma adolescente sueca, Greta Thunberg, sentada na frente do parlamento de seu país, incendiou o mundo. Logo ela, que dizia ter sido ao longo de sua vida “uma garota invisível”. Na semana passada Greta foi até a Bélgica discursar na sede da Comunidade Europeia: “O sistema político atual é baseado em competição. Tudo o que importa é ganhar para conseguir mais poder. Isso precisa acabar. Devemos parar de competir uns com os outros, e cooperar. Trabalhar juntos e compartilhar os recursos naturais do planeta de maneira justa. Temos que proteger a biosfera, os seres vivos, os oceanos, o solo e as florestas. Isso pode parecer ingenuidade, mas se vocês (políticos) tivessem feito sua lição de casa, saberiam que não temos outra escolha. Precisamos focar nas mudanças climáticas. Porque, se falharmos em combatê-la, todas nossas conquistas e progressos não valerão nada. E o que restará de legado de nossos líderes políticos será o maior fracasso da humanidade.” O presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, aproveitou a presença dela para anunciar que quer dedicar US$ 1,13 trilhão do orçamento da Comunidade para o período 2021- 27 em programas de mitigação das mudanças climáticas.

Além da Europa e do Canadá, o movimento se juntou a outro nos EUA e se espalhou até Japão, Austrália, Índia, Tailândia, Nova Zelândia e Uganda. Na América Latina, por enquanto, só os adolescentes colombianos aderiram. Aliás, Marcelo Leite, na sua coluna de ontem se perguntava “por que estudantes brasileiros não fazem greve pelo clima? (…) O que os jovens brasileiros têm para dizer a respeito? Silêncio ensurdecedor.” Leite faz uma leitura sobre a importância do movimento neste momento. Mas não tenta entender o “silêncio ensurdecedor”.

 

Boletim ClimaInfo, 26 de fevereiro de 2019.