Agrotóxicos e aquecimento global afetam polinizadores

Adilson Dias Paschoal, professor da ESALQ, diz que o uso indiscriminado de agrotóxicos é um tiro no pé. Entre outras coisas, porque uma das grandes vítimas dos venenos é a abelha. Segundo Adilson, “a polinização, em nosso país, é essencial (90% a 100%) para as culturas de maracujá, melancia, acerola e melão; alta (40% a 90%) para maçã, pêra, ameixa, pêssego, abacate, goiaba, girassol e tomate; e modesta (10% a 40%) para coco, café, canola, algodão e soja”. Adilson conta que na China, depois de muita aplicação de agrotóxicos no campo, surgiu a figura dos “homens-abelha, pessoas que precisam subir em árvores para realizar o papel dos polinizadores, extintos em várias regiões”. O artigo mostra como os agrotóxicos provocam desequilíbrios em ecossistemas que sobem a cadeia alimentar até chegar ao homem. Preocupado com o destino dos polinizadores, Adilson ainda acrescenta que “estudo conduzido na Escola Politécnica (USP) mostra que o aquecimento global poderá ter significativo efeito sobre esses insetos, notadamente na região Sudeste do Brasil, reduzindo a produção agrícola de várias culturas”.

 

Boletim ClimaInfo, 26 de fevereiro de 2019.