Angra 3: começa a busca por investidores

A conversa sobre acabar de construir a usina nuclear de Angra 3 vem se arrastando há anos. No final do ano passado, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou uma tarifa especial para a usina, num valor quase duas vezes maior que o da energia mais cara comercializada no sistema elétrico atual. O mercado gostou, mas o Tesouro Nacional anda meio sem recursos e, portanto, para terminar a usina, o governo terá que achar investidores dispostos a bancar algo entre R$ 16 e R$ 18 bilhões. Nesta semana, o MME anunciou que fará uma série de apresentações em busca de sócios. Até o ano passado, havia cinco empresas ou consórcios interessados: a russa Rosatom, o consórcio franco-nipônico EDF/Mitsubishi Heavy Industries, a sul-coreana Kepco e as chinesas CNNC e SNPTC (controlada pela SPIC). Os norte-americanos parecem não estar muito interessados, pelo menos até o momento. O Brasil pode vir a ter um papel estratégico no mundo dos reatores comerciais, se e quando houver demanda de urânio suficiente para rodar a unidade de enriquecimento de Resende a pleno vapor.

 

Boletim ClimaInfo, 1 de março de 2019.