A mudança do clima acirrará a desigualdade nos EUA

A Economist comentou um artigo publicado na Science em 2017 que analisou projeções da mudança do clima para os EUA e os possíveis impactos econômicos e sociais. A matéria resume, assim, o principal resultado do trabalho: em um cenário de aquecimento de 3°C até o final do século, o PIB norte-americano cairia 4% quando comparado a um cenário sem aquecimento global. A Economist dá um destaque especial à distribuição geográfica destes impactos: nos 20% de municípios mais pobres, a perda de produção chegaria a 10% do PIB local. No mais pobre dos municípios, a perda chegaria a 28%. Já nos municípios do grupo dos 20% mais ricos, as perdas seriam quase nulas. A explicação levantada pela Economist diz que a parte mais pobre dos EUA está nos estados do Sudeste, onde a economia depende mais da agricultura do que dos serviços ou da indústria, como acontece no restante do país, e a agricultura é a atividade econômica mais afetada pelo aquecimento global. A região também sofre mais impacto da elevação do nível do mar e do aumento de frequência e força dos furacões Caribenhos. Finalmente, nos estados mais ao norte, mais calor implica economia de gastos com a calefação, enquanto no Sudeste implica maior uso de aparelhos de ar condicionado.

 

Boletim ClimaInfo, 7 de março de 2019.