O inevitável aquecimento do Ártico

Mesmo se o mundo cumprir o Acordo de Paris, a temperatura média no inverno Ártico vai, irremediavelmente, subir de 3 a 5°C até 2050, e de 5 a 9°C até 2080, diz o Global Linkages- A graphic look at the changing Artic, relatório sobre o aquecimento do Ártico lançado na semana passada na reunião da ONU Meio Ambiente. Além do aquecimento, o extremo norte do planeta ainda sofrerá os impactos da acidificação dos mares, da fuligem vinda da queima de combustíveis e da poluição em geral, incluindo a por plásticos. O Ministro do Meio Ambiente, Energia e Habitação da Finlândia, Kimmo Tiilikainen, disse que “precisamos de um corte substancial e imediato nas emissões de gases de efeito estufa, de carbono negro (fuligem) e outros assim chamados poluentes climáticos de vida curta no mundo todo”. O impacto do aquecimento no Ártico reverbera ao redor do mundo. A continuar na toada atual, quase metade do permafrost ártico derrete, liberando uma quantidade inimaginável de metano e dióxido de carbono para a atmosfera. Mesmo não levando isso em conta, até 2030, o gelo desaparecerá nos verões árticos e, junto com o derretimento de geleiras na Groenlândia, responderá por ⅓ do aumento do nível do mar. A acidificação do oceano aumentou 30% desde o início da era industrial e contribui para a redução de quantidade de vários organismos marinhos como plânctons, moluscos e ouriços que estão na base de várias cadeias alimentares. O pessoal d’O Eco fez uma matéria em português à respeito. A ONU Meio Ambiente e o Carbon Brief, também, mas em inglês.

 

Boletim ClimaInfo, 18 de março de 2019.