A poluição nas grandes cidades é ainda mais letal do que se supunha

Pesquisadores alemães anunciaram o resultado de uma pesquisa sobre os efeitos da poluição atmosférica na saúde humana. Segundo seus cálculos, todo ano, quase 9 milhões de pessoas morrem precocemente por respirar ar poluído. Esse número é mais do que o dobro dos 4,2 milhões estimados anteriormente pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A diferença vem do desenvolvimento de um modelo global mais sofisticado e, principalmente, de um melhor entendimento dos efeitos do material particulado ultrafino, o PM-2.5 (partículas com diâmetro médio menores do que 2,5 micrômetros. O diâmetro do cabelo humano mais fino tem cerca de 50 micrômetros, vinte vezes maior). Esse resultado é duplamente preocupante no Brasil, porque não seguimos os padrões de qualidade do ar definidos pela OMS. Existem planos e cronogramas para tal, mas estes não definem uma data a partir da qual os padrões da OMS começam a valer. Detalhes em matéria d’O Eco.

Por falar em poluição, Dani Chiaretti, do Valor, conta que um dos trabalhos divulgados durante a Assembleia da ONU Meio Ambiente da semana passada dava conta que a indústria da moda é mais poluente do que a aviação e a navegação. No ciclo de vida completo das roupas, a soma dos impactos da produção agrícola, da produção animal, da produção de fibras sintéticas a partir do petróleo e da poluição da confecção são preocupantes, principalmente pelo uso de água e pelos efluentes gerados. Mas o maior impacto vem de quase não haver reuso, reaproveitamento e reciclagem de tecidos. Daniela escreve que “o dado impressionante é que se perde cerca de US$ 500 bilhões ao ano com o descarte de roupas que vão direto para aterros e lixões e sequer são recicladas.” Pior, cerca de meio milhão de toneladas de microfibras poluirão os oceanos do mundo.

 

Boletim ClimaInfo, 22 de março de 2019.