Brasil: as várias forças que deterioram a água

Por conta do Dia Internacional da Água, na 6ª passada (22/3), foram publicadas várias matérias sobre a situação calamitosa do saneamento em vários pontos e sistemas. O monitoramento feito pela SOS Mata Atlântica em 220 rios de 17 estados brasileiros, segundo Malu Ribeiro, indica que os rios “enfrentam o descaso e diversas agressões diárias ao atravessar regiões metropolitanas, áreas urbanas e agrícolas. Esses rios estão, portanto, por um triz.” Os exemplo gritantes são o Doce e o Paraopeba, que, agora, carregam toneladas de metais das barragens de mineração que desabaram. A matéria de Malu Ribeiro também foi publicada na Folha, junto com outras matérias falando da situação da água no Brasil e no mundo. Vale destacar a matéria que mostra a quantidade de água usada na fabricação de produtos como uma folha de papel (10 litros) e um carro (400 mil litros). André Trigueiro escreveu sobre o assunto para O Globo. O Estadão também publicou várias matérias sobre os problemas da água no Brasil. Giovana Girardi destacou um estudo sobre que Santos lança ao mar: “Santos despeja 60 toneladas de resíduos sólidos no mar por dia; 85% disso é plástico”.

Por falar em mar, no começo do mês completou o programa para despoluição da Baía de Guanabara completou 25 anos. Segundo o pessoal do Colabora, “após oito governos e um rosário de obras inacabadas e reiteradas promessas vazias, restou aos fluminenses pagar os juros milionários da intervenção ambiental que ganhou notoriedade por representar um flagrante fracasso. Com aporte de mais de R$ 2 bilhões, (…) o primeiro grande programa de recuperação ambiental da Baía de Guanabara foi incapaz até mesmo de inaugurar uma nova era de transparência na aplicação de recursos e no acesso às informações.”

E tem a contaminação de cursos d’água por agrotóxicos. Mara Gama escreveu para a Folha que foi detectada em 100 cidades de várias regiões de Santa Catarina “a presença de agrotóxicos na água de abastecimento público (…) Das 17 substâncias encontradas, sete estão proibidas na União Europeia, por causarem danos à saúde.” E o Brasil de Fato denunciou que, dos 306 agrotóxicos registrados (e a lista continua a aumentar), o sistema nacional de monitoramento de água potável consegue detectar apenas 27. O quadro é ainda pior porque muitas amostragens são coletadas em momento defasado daquele de aplicação dos agrotóxicos.

 

Boletim ClimaInfo, 25 de março de 2019.