Mundo: usinas a carvão emitiram mais do que nunca em 2018

O último relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre as emissões globais de carbono traz informações sombrias. O Washington Post relata que “não só as emissões do CO2 que aquecem o planeta continuam a aumentar, como a crescente sede mundial por energia levou as emissões das centrais elétricas alimentadas a carvão a serem mais elevadas que nunca (…) A demanda por energia em todo o mundo cresceu 2,3% no ano passado, marcando o aumento mais rápido em uma década (…) Para atender a esta demanda, em grande parte alimentada pela expansão da economia global, os países recorreram a uma série de fontes, incluindo as renováveis. Mas nada se destacou mais do que os combustíveis fósseis, que satisfizeram quase 70% do crescimento da demanda por eletricidade”. O The Guardian acrescentou que “a jovem frota de centrais elétricas a carvão da Ásia é responsável por uma grande parte do aumento (…) A Ásia é agora responsável pela maior parte da produção mundial de energia a partir do carvão, e a idade média das centrais elétricas da região é de apenas 12 anos, o que significa que só chegarão ao final de suas operações dentro de 30 a 50 anos”. O diretor executivo da AIE, Fatih Birol, disse ao Guardian que “temos visto um aumento extraordinário na demanO último relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre as emissões globais de carbono traz informações sombrias. da global por energia em 2018, crescendo no ritmo mais rápido nesta década. O ano passado também pode ser considerado mais um ano dourado para o gás. Mas, apesar do grande crescimento das energias renováveis, as emissões globais continuam a aumentar, demonstrando mais uma vez que são necessárias medidas mais urgentes em todas as frentes”. O Financial Times salienta que “o aumento das emissões no ano passado – 560 milhões de toneladas – é equivalente à totalidade das emissões anuais da aviação. Foi o segundo ano consecutivo de aumento das emissões, após o período entre 2014 e 2016, no qual estas se mantiveram estáveis”. Birol disse também que, na Índia, “o ar condicionado se tornou um grande fator na demanda por energia. Aquecimento e refrigeração são um dos maiores impulsionadores do crescimento da demanda de energia”.

Enquanto isso, citando uma nova aO último relatório anual da Agência Internacional de Energia (AIE) sobre as emissões globais de carbono traz informações sombrias. nálise da Energy Innovation, o Guardian ressalta que “cerca de três quartos da produção de carvão dos EUA é agora mais cara do que as energias solar e eólica para o fornecimento de eletricidade às famílias norte-americanas”. O jornal acrescenta: “Os autores do estudo usaram arquivos financeiros públicos, além de dados da AIE para calcular o custo da energia das usinas a carvão e compará-los com as opções eólica e solar em um raio de 55 quilômetros. Eles descobriram que 211 gigawatts da atual capacidade de geração a carvão dos EUA, 74% dessa capacidade, estão fornecendo eletricidade mais cara do que as eólica ou solar.

E, por seu lado, a China coloca um pé no freio e outro no acelerador. No acelerador, a capacidade total das minas chinesas cresceu quase 10% no ano passado, passando de 3,5 bilhões de toneladas. No freio, mais portos chineses estão proibindo a entrada de carvão australiano e, agora, além do carvão usado para gerar eletricidade nas térmicas, os chineses estão deixando de importar o carvão de qualidade superior usado na fabricação de aço. Analistas acham que a birra contra o carvão australiano é uma represália pela posição que a Austrália tem tomado em relação às ambições chinesas no Mar da China Meridional.

 

Boletim ClimaInfo, 27 de março de 2019.