MMA: corte de verbas, vários erros e sistema milionário redundante

O governo anunciou cortes nos orçamentos dos ministérios do meio ambiente e da ciência e tecnologia. Sob os nomes clássicos de contingenciamento e congelamento, o MMA perdeu 23% e o MCTIC perdeu 42%. Segundo o UOL, ao ser convidado para o ministério, logo após as eleições, Marcos Pontes “disse ter ouvido de Bolsonaro a promessa de crescer o orçamento da pasta de R$ 2,7 bilhões no próximo ano para cerca de R$ 15 bilhões em 2020.” É mais um que, a ser verdade a promessa, se tivesse o mínimo de dignidade, pegaria o chapéu e voltaria para casa.

Coisa que certamente não acontecerá no MMA, O governo anunciou cortes nos orçamentos dos ministérios do meio ambiente e da ciência e tecnologia. Sob os nomes clássicos de contingenciamento e congelamento, o MMA perdeu 23% e o MCTIC perdeu 42%. já que o ministro Ricardo Salles não para de fazer das suas. O pessoal o Observatório do Clima anotou uma série de afrontas à verdade cometidas por Salles em audiência no Senado. Ele “voltou a esposar negacionismo em relação às mudanças do clima, colocando em dúvida o ‘percentual de contribuição das atividades humanas’ e dizendo que há ‘questões de equilíbrio de parte a parte’ (não há ‘duas partes’; a ciência está resolvida pelo menos desde o fim dos anos 1970. Se Salles não acredita na comunidade científica, talvez confie numa insuspeita representante do setor produtivo, a petroleira Exxon, que sabe há mais de 40 anos que a queima de petróleo aquece o planeta).” Também mentiu sobre os agrotóxicos, sobre o compromisso b

ClimaInfo, 1 de abril de 2019.

rasileiro junto ao Acordo de Paris e confundiu o Fundo Verde do Clima, parte do Acordo, com o Fundo Amazônia, que veio bem antes de Paris e que trata de desmatamento e não de emissões. Enfim, a mesma enrolação de sempre.

Na audiência, Salles também disse que estava estudando um novo sistema de monitoramento do desmatamento. De cara, este novo sistema seria desnecessário, dada a qualidade dos sistemas do INPE. Mas parece que Marcelo Leite matou a charada ao apontar que Salles gostou do sistema porque “cobrir o território nacional inteiro implicaria gastar a cada ano US$ 8,5 milhões (R$ 33 milhões)”, sendo que o trabalho do INPE custa 55 vezes menos. Sugerimos que Moro abra o olho para esta maluO governo anunciou cortes nos orçamentos dos ministérios do meio ambiente e da ciência e tecnologia. Sob os nomes clássicos de contingenciamento e congelamento, o MMA perdeu 23% e o MCTIC perdeu 42%. quice.

Uma última do ministro Salles. Ainda em janeiro, duas das 33 metas para os primeiros 100 dias de governo (a ser completado no dia 10 de abril) dizem respeito ao MMA: “Aprimoramento do Sistema de Recuperação Ambiental, aperfeiçoando procedimento de conversão de multas, e apresentação de um plano nacional para combater o lixo no Mar”. Por enquanto Salles destruiu o procedimento de conversão de multas do Ibama, disse o que pretendia, mas não publicou a nova norma. Quanto à segunda meta, Breno Costa, no Brasil Real, conta que o MMA oficializou a aprovação do Plano Nacional para Combate ao Lixo no Mar. Só que dentre as 30 ações a serem tomadas, “não foi definida nenhuma meta quantitativa, para nenhuma ação. É um plano que tem todas as brechas abertas para não ser aplicado. Nem mesmo os custos de implementação ou prazos concretos foram definidos”. E o ministro ainda cancelou a comissão formada para elaborar o plano nacional, alegando a “necessidade de inclusão de outros órgãos, integrantes da nova estrutura governamental, comprometidos com a nova agenda de combate ao lixo no mar”. Costa comenta que, como ele não criou outra comissão no lugar, “não está claro se esse trabalho apresentado foi desenvolvido pela comissão original. Como o plano era uma das metas prioritárias para os primeiros 100 dias de governo, é provável que o trabalho tenha sido aproveitado.”

O governo anunciou cortes nos orçamentos dos ministérios do meio ambiente e da ciência e tecnologia. Sob os nomes clássicos de contingenciamento e congelamento, o MMA perdeu 23% e o MCTIC perdeu 42%. Em tempo: O Brasil Real é uma newsletter publicada por Breno Costa que ainda não aparece em nenhum site. Se interessar, inscreva-se aqui.

 

ClimaInfo, 1 de abril de 2019.

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