O desastre provocado pela Vale em Brumadinho colocou Belo Horizonte na triste lista das capitais que convivem com o estresse hídrico. Depois das crises hídricas vividas por São Paulo entre 2013 e 2014, e por Brasília entre 2016 a 2018, a capital mineira vê seus reservatórios baixando perigosamente. Mas, enquanto as duas primeira crises foram consequência de má gestão e de falta de chuva, a falta d’água em BH tem um outro nome: Vale. O rio Paraopeba era responsável pelo abastecimento de metade da água da região metropolitana e 30% da capital. Matéria do BHAZ diz que a capacidade dos dois reservatórios existentes está limitada aos próximos 18 meses.
Recentemente, a Cidade do Cabo viveu meses na expectativa do Dia Zero, quando não haveria mais água nas torneiras. Poucas semanas antes do dia programado, choveu o suficiente para afastar a ameaça. O diagnóstico da situação foi a combinação de uma governança precária da água com uma longa e forte seca, do tipo que a mudança do clima promete acirrar. A humanidade está conseguindo gerar crises hídricas antes mesmo do clima piorar dramaticamente a situação.
ClimaInfo, 8 de abril de 2019.
