Força Nacional é convocada para “desencorajar” protestos indígenas

Bolsonaro e seus ministros Heleno e Moro elegeram o encontro indígena Acampamento Terra Livre (ATL) como ameaça e colocaram a Força Nacional de Segurança de prontidão para intervir na Esplanada dos Ministérios. A motivação aparente é “desencorajar” as manifestações indígenas e, de quebra, as contrárias à reforma da previdência. Moro segue dando sinais sucessivos de que não veio para atuar contra os assassinos de líderes comunitários e indígenas, muito menos contra o roubo criminoso de madeira, minérios e terras públicas da Amazônia. A Folha, o Globo e o Estadão deram a notícia.

Em tempo 1: o PSOL apresentou projeto de Decreto Legislativo suspendendo a portaria que convoca a Força Nacional de Segurança.

Em tempo 2: a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) publicou uma nota endereçada a Moro: “O ATL é um encontro de lideranças indígenas nacionais e internacionais que visa a troca de experiências culturais e a luta pela garantia dos nossos direitos constitucionais (…) Nosso acampamento vem acontecendo há mais de 15 anos sempre em caráter pacífico (…) Se é do interesse do General Augusto Heleno desencorajar o uso da violência, que ocupe os latifúndios que avançam sobre nossos territórios e matam os nossos parentes.” A carta desmente enfaticamente a leviandade proferida pelo presidente acerca do uso de recursos públicos na organização do acampamento e mostra que estes vêm de doações. Lembra, também, dos direitos de ir e vir e de se manifestar garantidos a todos pela Constituição, incluindo os Indígenas, “que andaram e andam por essas Terras desde muito antes de 1500”.

 

ClimaInfo, 18 de abril de 2019.