Sanções de Trump podem ser um tiro no próprio pé

Trump quer que o Irã renegocie o tratado nuclear. Para tal, impôs sanções ao país e àqueles que compram o petróleo do país. Foi convencido por aliados a dar um tempo para que os países se preparem, prazo este que vence na semana que vem. Nesta semana, Trump avisou que o prazo é para valer e que as sanções serão impostas. O Irã reagiu, o preço do barril subiu. As notícias dão conta que os principais compradores, Chia, Índia, Coreia do Sul, Turquia e Japão, deram indicações de continuarão a comprar petróleo iraniano, a menos que outro país consiga supri-los ao mesmo preço. A Venezuela já foi o fator de compensação, mas está fora de combate. O pré-sal ainda está longe de produzir o suficiente. Mesmo o fracking norte-americano não dará conta. Trump esperava que a Arábia Saudita aumentasse sua produção. Mas ontem soube-se que aquele país está gostando do preço mais alto e que não ajudará a baixá-lo. Larry Elliott, do The Guardian, diz que o barril mais caro aumenta o preço dos combustíveis, o que acaba reduzindo o poder de compra dos consumidores e esfriando a economia. Uma economia derrapando é tudo que Trump não precisa na sua campanha pela reeleição. Um belo tiro no próprio pé.

 

ClimaInfo, 25 de abril de 2019.