A ciência brasileira ameaçada

O corte de quase metade do orçamento de ciência e tecnologia está provocando reações da comunidade científica e dos que entendem que nenhum país se desenvolve sem fortalecer o desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico. Na sua coluna de ontem, Marcelo Leite escreve sobre como a ciência brasileira está perdendo espaço, tempo e, claro, verbas. Ele aponta a visão simplória do ocupante do Planalto, que comprou a ideia de que, aqui, as universidades privadas produzem mais do que as públicas: “A verdade é exatamente oposta. Não só a maior parte do dispêndio (52%) se faz no setor estatal como as 20 mais produtivas universidades brasileiras são todas públicas e produzem 89% dos trabalhos científicos indexados na base de dados Web of Science, a mais importante do mundo.” A constatação final do artigo é trágica: “entre a ignorância na cúpula do governo e a penúria no chão do laboratório, a pesquisa brasileira – em especial a que depende de verbas federais – terá dificuldade para manter o país entre os 15 que mais produzem ciência no mundo.”

Em tempo: o físico Paulo Artaxo, da USP, um dos pesquisadores brasileiros mais citados na lista da Clarivate Analytics, disse em entrevista ao Jornal da Ciência que “as preocupações sobre que Brasil queremos precisam ser discutidas com toda a sociedade, com todos que quiserem participar e estiverem preocupados com o futuro desse país”.

 

ClimaInfo, 29 de abril de 2019.