O difícil caminho para a redução das emissões da navegação

emissões da navegação

No ano passado, a Organização Marítima Internacional (IMO) conseguiu um compromisso das nações quanto a como reduzir as emissões do setor. Os mais de 60.000 navios que hoje navegam pelos mares internacionais emitem mais de um bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (1 GtCO2e).

As primeiras tentativas de reduzir as emissões passam pelo uso de mais gás natural e biocombustíveis em substituição aos fósseis pesados hoje usados, e também pelo aumento da eficiência dos navios, por meio da redução das velocidades e do arraste.

Porém, alguns obstáculos são relevantes para as empresas de navegação: (i) a margem de lucro das navegadoras é pequena, a concorrência é grande e ninguém quer ser o primeiro a perder dinheiro; (ii) a troca de tecnologia em uma frota grande e pulverizada; e (iii) os países e negócios que têm muito a perder com aumentos de custo.

Este último obstáculo diz respeito ao Brasil, ou melhor, à Vale. A China fica longe, o minério é pesado. Aumentar o frete aumenta a competitividade do minério australiano e de outros lugares na Ásia. O Brasil é hoje um dos principais obstáculos na mesa de negociação.

Reduzir a velocidade parece ser uma solução adequada para todos. Menos para o Chile e o Peru que têm, na exportação de frutas, uma receita importante. Frutas duram pouco e aumentar o tempo das viagens compromete a qualidade do produto. Instalar refrigeração custa caro e aumenta as emissões pela necessidade da queima de mais combustível para gerar a eletricidade das câmaras frias.

A Reuters e o canadense Chronicle Herald comentaram a reunião do IMO da semana passada e os desafios da navegação.

 

ClimaInfo, 23 de maio de 2019.

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