A poluição do ar é mortal no mundo todo

A poluição do ar foi tema de várias matérias na imprensa internacional nestes últimos dias.

O The Guardian comenta um trabalho publicado em fevereiro pela revista médica Chest mostrando que a poluição é muito mais perigosa do que se imaginava: “Uma análise exaustiva encontrou danos da cabeça aos pés, incluindo demências, doenças cardíacas e pulmonares, problemas de fertilidade e redução de inteligência”.

Outra matéria do The Guardian comenta um relatório do Tishman Center que descreve a poluição nos EUA causada por plantas de incineração de lixo. Quase 4,5 milhões de norte-americanos são afetados pelas emissões dessas plantas. E, claro, a grande maioria delas está localizada dentro ou nas proximidades de comunidades de baixa renda. Assim, o lixo dos mais ricos envenena os mais pobres.

A Axios comentou um trabalho publicado na Geophysical Research Letters mostrando que, na Ásia, o material particulado da queima de combustíveis fósseis está afetando as monções. Os pesquisadores encontraram uma tendência de enfraquecimento das monções, inédito nos últimos 448 anos. A importância das monções é imensa para bilhões de pessoas na Índia, na China, no Paquistão e no Sudeste Asiático. Para aquelas pessoas, a água dessas chuvas é vital. Os pesquisadores apontam as térmicas a carvão como as principais responsáveis pela poluição.

O New York Times conta que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) quer mudar a metodologia de cálculo dos riscos à saúde trazidos pela poluição atmosférica. O novo cálculo resultaria em um número muito menor de mortes. O governo Trump quer usar isso para relaxar os limites de emissão dizendo que há pouco ganho em limites mais rigorosos. A ciência mostra que não existem limites seguros, que qualquer poluição traz danos à saúde da população.

O South China Morning Post e o Unearthed, do Greenpeace, falam sobre o aumento da poluição na China nos últimos meses. Uma das explicações são ações do governo que relaxam os controles da poluição numa tentativa de reanimar a economia. O consumo de carvão na região de Beijing subiu 13% no ano passado.

E manchete do Sydney Morning Herald pede para a população “desempacotar os inaladores: alerta de saúde para Sydney em meio a incêndios florestais e calor quase recorde”. O alerta das autoridades de saúde da cidade classificava áreas como em situação de perigo.

 

ClimaInfo, 24 de maio de 2019.

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