A oposição a mais uma termelétrica ao lado de Fortaleza

termeletrica fortaleza

Muita gente acha que o legado dos delírios de Eike Batista foi a corrupção e as enganações, e que ele nada deixou de concreto. Mas infelizmente ele deixou. Perto de Fortaleza, ele construiu duas térmicas à carvão, e uma outra nas proximidades de São Luiz. As três queimam carvão colombiano. E, como todas as térmicas, bebem muita água.

Recentemente, durante uma das crises agudas de disponibilidade de água, a disputa entre as usinas e a população de Fortaleza foi parar na Justiça. E as usinas ganharam.

Agora, foi anunciada a construção de mais térmicas nas proximidades da capital cearense. Desta vez, as plantas queimarão gás natural e usarão água do mar dessalinizada.

O pessoal do Ceará no Clima postou no Facebook seis motivos para dizer não às termelétricas. O primeiro é que a queima de gás natural aumenta a concentração de CO2 na atmosfera; menos do que as vizinhas a carvão, mas muito mais do que as eólicas e fotovoltaicas da região. Ainda comparando com as fontes limpas, as novas usinas geram pouco emprego e, por conta da planta de dessalinização e da planta de regaseificação, a energia delas sairá mais cara.

Em tempo: ontem o ministro de minas e energia, almirante Bento Albuquerque, disse não poder “descartar nenhuma das fontes” de energia. Segundo a Folha, ele destacou que o carvão é importante para a economia da região Sul do país e, por isso, projetos da fonte deverão continuar aptos a participar dos próximos leilões do governo para contratação de novos empreendimentos.”

As contas usadas para mostrar que a geração a carvão é barata não incluem os impactos sobre a saúde dos trabalhadores e da vizinhança, não levam em conta os prejuízos pela competição pela água e não levam em conta os impactos gerados pela crise climática. Se incorporassem esses custos, deixariam de ser viáveis.

 

ClimaInfo, 29 de maio de 2019.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)