Salles quer pagar empresa privada para monitoramento da Amazônia

monitoramento da amazônia

O Brasil tem um dos mais avançados sistemas de monitoramento de território de todo o mundo e isso inclui a Amazônia. Melhor dizendo, tem três. O Prodes e o Deter fornecem os números oficiais e foram desenvolvidos e operados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O MapBiomas é uma plataforma de código aberto e dados disponíveis publicamente. A novidade, que será lançada oficialmente na 6a feira, é a função de emissão de alertas que permite identificar eventos de desmatamento e rapidamente criar laudos que permitem a intervenção fiscalizatória.

Talvez porque Salles não tenha ingerência sobre nenhum desses sistemas, vem desde antes de sua posse dizendo que quer um sistema que possa chamar de seu. Ele vem declarando repetidas vezes que os dados desses sistemas são imprecisos.

Fabiano Maisonnave, na Folha, conta que o ministro quer um sistema de uma empresa paulista que teria uma resolução melhor do que os outros três. Mas, como o ministro esvaziou as equipes de fiscalização, ele pagará bem caro para ter lindos alertas de desmatamento que não servirão para nada.

Trata-se claramente de um duplo desperdício: não usar sistemas existentes que nada custam para o ministério e pagar (caro) por outro sistema cujos resultados serão de pouca serventia.

Em tempo: quando se fala em sistema, trata-se de satélites que fotografam as regiões e o conjunto de programas que interpretam as fotos identificando o uso dado à terra e, comparando com fotos anteriores, destacam quando se percebe uma mudança nesse uso. Essa mudança pode indicar uma ação de desmatamento.

 

ClimaInfo, 4 de junho de 2019.

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