A Câmara Federal inovou e criou uma subcomissão juntando ambientalistas e ruralistas para discutir e buscar consensos sobre assuntos que interessam a todos. O deputado ambientalista Rodrigo Agostinho disse que “o mundo inteiro quer investir em conservação e o Brasil ainda não criou oportunidades para receber esses investimentos. É um debate que tem que acontecer e infelizmente a gente vê o governo brigando com o termômetro”. Já o líder da bancada ruralista, Alceu Moreira, disse que o desmatamento é o primeiro tema a ser discutido: “a ilegalidade é desleal com a maioria dos produtores rurais. Somos contra qualquer tipo de crime ambiental e defendemos a imediata aplicação do Código Florestal”.
Por outro lado, os mesmos ruralistas pressionam o governo para reeditar o conteúdo modificado pela câmara da MP 867, que desfigura o Código defendido por Moreira. Aliás, ele defende a MP dizendo que “vamos mostrar (…) a verdade, que não tem ‘jabuti’ nenhum.” Ele se refere às mais de 30 emendas à versão original da MP, que tratava só e unicamente da prorrogação da obrigatoriedade da realização do CAR (Cadastro Ambiental Rural).
Falta a Alceu Moreira explicar qual é a versão do Código a que se refere quando fala na “imediata aplicação do Código Florestal”.
Em tempo: no jargão do Congresso, emendas ganham o nome de ‘jabuti’ quando tratam de assuntos diferentes do texto da MP. Como é o caso presente. As emendas alteram o Código Florestal em artigos que não têm nada a ver com o CAR.
ClimaInfo, 6 de junho de 2019.
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