Brasil na mira da iniciativa chinesa Belt and Road

Belt and Road

A política de expansão de influências da China está, nestes últimos anos, calcada na Belt and Road Iniciative (BRI). O nome vem da sua fase inicial, quando pretendia se desenvolver ao longo de uma nova Rota da Seda (a Silk Road Economic Belt). O programa atual prevê investimentos na casa dos trilhões de dólares em toda a Ásia, na África e até na Europa. Os chineses estão construindo e operando estradas, portos, hidrelétricas, termelétricas a carvão e gás e indústrias de base, como cimento e siderurgia.

Na semana passada, o professor da FGV, Xia Huasheng, disse em entrevista que o Brasil pode se tornar um dos principais beneficiários da BRI na América Latina, posto que não é pequeno o interesse chinês na infraestrutura de escoamento de grãos e minérios: “no âmbito da Iniciativa Belt and Road, a maioria dos projetos estão relacionados à infraestrutura. O novo governo brasileiro quer mais investimentos em infraestrutura,” pensando uma ajuda para a recuperação da economia.

O canto da sereia vem na frase seguinte: “a participação de multinacionais chinesas é essencial” para a cooperação bilateral, porque não só investem em infraestrutura, “como tomam uma série de medidas para se tornarem cada vez mais empresas nacionais com maior interação com empresas brasileiras e gerar empregos e benefícios para o país.”

Uma das críticas mais contundentes à BRI é exatamente a de não criar empregos locais, posto que as obras são tocadas e operadas por pessoal chinês. Isso sem contar que a China construiu termelétricas a carvão em vários países e passou a exportar o carvão que a poluição das suas grandes cidades não permite mais queimar.

 

ClimaInfo, 10 de junho de 2019.

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