A bancada ruralista deve estar preocupada com as campanhas de boicote a produtos brasileiros que se esboçam no exterior. Isto porque entregou um documento ao ministro do meio ambiente pedindo o combate ao desmatamento ilegal: “Diante desse cenário os produtores rurais são criminalizados e confundidos com grileiros e outros detratores do meio ambiente (…) A Frente [Parlamentar da Agropecuária – FPA] é contra qualquer crime cometido contra o meio ambiente e defende a punição de quem o faz”.
Mas a FPA escamoteia a origem dos problemas de imagem das commodities agropecuárias do país ao dizer que colaborou com o governo para montar uma “política de comunicação nas embaixadas brasileiras para mostrar para a comunidade internacional a imagem real do Brasil”, e acrescentar: “Não vamos mais permitir que ONGs brasileiras, pagas com recursos internacionais com o único objetivo de coibir nossa capacidade produtiva, continuem difamando a imagem do Brasil”.
O problema desta narrativa é que a atual imagem do Brasil no exterior se construiu com o desmatamento de quase 10 mil km2, com a liberação de 211 agrotóxicos em apenas 5 meses, com as invasões de Terras Indígenas e terras devolutas, com assassinatos de líderes comunitários e indígenas e com a impunidade a estes e outros crimes, ao que se somam as posturas do presidente e de alguns de seus ministros. Nenhuma ONG fez isso.
ClimaInfo, 26 de junho de 2019.
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