Esquenta a briga entre o gás natural e as renováveis

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Apresentado como combustível de transição, o gás natural começa a sentir a crescente competitividade das fontes renováveis. Seus defensores se respaldam em dois argumentos: o gás está ficando mais barato que o carvão e suas térmicas podem complementar a geração nas horas sem sol e sem vento. Só que queimar gás natural emite gases de efeito estufa – menos que o carvão, mas dezenas de vezes mais que as renováveis. Além disso, uma vez construída, uma térmica a gás precisa funcionar por 30 anos para dar retorno aos investidores. E o que se vê é uma corrida para o gás na Europa, nos EUA, na China e até aqui no Brasil. O New York Times e o Financial Times têm matérias a respeito.

Por aqui, esta semana comentamos o Plano do Gás que o governo lançou em meio a dúvidas e críticas. Dado que o Plano se apoia na extração de gás natural de campos ainda sendo explorados e em uma infraestrutura de gasodutos que ainda não existe, Vinicius Torres Freire, na Folha, concluiu que “o governo está fazendo muito carnaval num sambódromo que nem tem terreno ainda para ser construído”. Dentre as pérolas do Plano, uma vaticina que o preço do gás irá cair por conta da concorrência na distribuição – sendo que até as pedras sabem que a distribuição de gás, de água, de eletricidade, de tudo que precisa de dutos e fios é um monopólio natural. Não dá para ter concorrência.

Em tempo: saiu no Verge e no The Guardian que a geração por fontes renováveis nos EUA ultrapassou, pela primeira vez, o total gerado pelas usinas a carvão.

 

ClimaInfo, 28 de junho de 2019.

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