E segue o imbróglio em torno do Fundo Amazônia

Fundo Amazônia 3

O governo está procurando uma saída honrosa para manter vivo o Fundo Amazônia e salvar o ministro Salles travestido de inquisidor da fogueira que ele próprio acendeu. Ana Carolina Amaral, na Folha, conta que na 3ª feira, o presidente foi até o MMA visitar o ministro. Também na 3ª feira, o ministro alemão da Cooperação Econômica e Desenvolvimento, Gerd Müller, conversou com Salles e saiu da reunião dizendo que “é normal passar por negociações quando há um novo governo. O ministro reafirmou o compromisso com o combate ao desmatamento ilegal.”

A Veja ouviu organizações que atuam na região promovendo o desenvolvimento sustentável e a proteção da floresta. O WWF se mostrou preocupado e, em nota, disse que “o governo brasileiro não pode retroceder em políticas ambientais que promovem a conservação e o uso sustentável da Amazônia, beneficiando as comunidades locais e consequentemente todo o povo brasileiro. Às vésperas de efetivação do Acordo de Paris, do qual o Brasil é signatário, essa perda representaria um risco para o alcance das metas climáticas.”

Um tanto na contramão, o procurador Leonardo Galiano abriu ontem um inquérito para examinar o Fundo. Para Fabiano Maisonnave, da Folha, o procurador disse que “o Fundo Amazônia é superarbitrário, os recursos não são utilizados a contento. A sua implementação não tem sido feita para onde se obtém resultado, que é a fiscalização ambiental, a repressão e a presença de órgãos idôneos como a Polícia Federal.”

O procurador deveria perguntar aos governos dos estados, à Polícia e a outras autarquias porque não existem projetos voltados à fiscalização, já que o Fundo prevê o aporte para este tipo de ação. Se existe, o problema não deve estar na gestão do Fundo.

 

ClimaInfo, 11 de julho de 2019.

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