Por volta de 2050 – daqui a três décadas – Goiânia terá um clima semelhante ao atualmente encontrado em Cuiabá, o clima de Salvador será semelhante ao do Recife atual e o de Curitiba se assemelhará ao de Florianópolis, de acordo com um relatório sobre os prováveis impactos da crise climática.
O madrilenho se sentirá como se vivesse em Marrakech e o londrino como se vivesse em Barcelona (e, se isso parece sedutor, o The Guardian vai logo avisando que a mudança poderá ser acompanhada por uma grave seca).
Quase oito em cada 10 cidades experimentarão mudanças dramáticas. Em média pelo mundo afora, as cidades das atuais zonas temperadas ou frias terão climas assemelhados aos climas atuais de cidades localizadas mais de 1.000 km em direção ao equador. Mas a constatação talvez mais preocupante do trabalho é a de que os residentes de cerca de ⅕ das cidades do mundo experimentarão condições climáticas que hoje não são vistas em cidade nenhuma. As chuvas serão um problema particular para estas cidades, que sofrerão inundações extremas ao lado de secas mais frequentes e graves.
Comentando esta constatação, Richard Betts, climatologista da Universidade de Exeter e chefe da área estratégica de impactos climáticos do Met Office Hadley Centre, quem não participou da pesquisa, disse: “Sem o benefício de saber que as novas condições climáticas já são habitáveis em algum lugar do mundo, fica mais difícil saber se as pessoas serão capazes de se adaptar e permanecer nessas cidades, ou se eventualmente terão que se mudar”. A New Trust também deu a notícia.
ClimaInfo, 12 de julho de 2019.
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