Metas verdes demais estabelecidas na Europa forçarão as empresas mais emissoras a se mudarem para países menos verdes. O resultado será uma Europa mais limpa, mas com menos empregos e com uma economia menor, enquanto as emissões globais continuarão a aumentar nos países menos restritivos.
Essa é a opinião expressa no Financial Times por Antonio Brufau, CEO da petroleira espanhola Repsol, que, claro, precisa continuar vendendo petróleo na Europa. Para isso, ele propõe um imposto sobre a gasolina e o diesel que destine parte dos recursos arrecadados ao plantio de muitas árvores de modo a compensar as emissões dos veículos. Brufau diz que os políticos deviam ter uma visão climática mais prática e parar de usar as petroleiras como bodes expiatórios.
Há vários problemas no discurso. O mais gritante é que o não enfrentamento da crise climática custa muito mais para a sociedade do que deixar os fósseis no subsolo. Mas chama a atenção a noção colonialista de que o mundo não desenvolvido está condenado a ser mais poluente do que a Europa, e será sempre o lugar onde se pode plantar as árvores necessárias para compensar as emissões do seu produto.
ClimaInfo, 17 de julho de 2019.
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