Bolsonaro anuncia edital para novo sistema de monitoramento satelital do desmatamento

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Bolsonaro disse ontem que o Ibama lançará um edital para contratar serviços de satélite para o monitoramento do desmatamento da Amazônia, informa Mônica Bergamo na Folha.

Aliás, esse é um desejo expresso várias vezes pelo ministro do meio ambiente. A nota do ministério explica que “diferentemente dos alertas gerados pelo sistema DETER/INPE, que capta apenas imagens de pontos aleatórios e de no mínimo um hectare, o sistema do Ibama vai monitorar imagens diárias e sequenciais sobre áreas pré-determinadas, de focos de desmatamentos com resolução de três metros.”

Mais uma vez o ministro joga areia na discussão. O sistema DETER não ‘capta imagens’, ele usa imagens de quatro satélites diferentes que não têm nada de aleatório. Quanto à resolução, sejam hectares ou metros, esta não faz a menor diferença se não existe pessoal nem equipamentos para se fazer as autuações.

Aparentemente, o que ministro e o presidente realmente querem é um sistema para chamar de seu no qual poderão pintar de verde as cicatrizes que o desmatamento deixa na floresta.

Fernando Reinach, no Estadão, comentou a briga de Bolsonaro contra o INPE, na qual é apoiado por Pontes. Ele explica o que são os sistemas do Instituto, sua evolução e seus limites e faz uma advertência: “O governo, no lugar de criticar o INPE, deveria investir em atualização e melhora do sistema. Se nosso sistema de monitoramento for abandonado ou destruído, não tenham dúvida, organizações internacionais assumirão essa tarefa e aí o governo vai ter de justificar dados de desmate coletados por terceiros. Isso sim é abrir mão de parte da soberania nacional.”

 

ClimaInfo, 30 de julho de 2019.

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