A indústria fóssil polui a política

Enquanto os “sistemas da Terra estão se desintegrando a uma velocidade surpreendente”, os governos de muitas nações “intervêm não para proteger a humanidade da ameaça existencial provocada pelos combustíveis fósseis, mas para proteger a indústria destes combustíveis da ameaça existencial colocada pelos protestos públicos”, escreve o colunista do The Guardian, George Monbiot.

Monbiot dá como exemplo os projetos de lei apresentados por legisladores de 18 estados norte-americanos criminalizando protestos contra oleodutos e os “vários países que, liderados pelas Filipinas, têm incitado o assassinato de manifestantes ambientais”.

Acontece que “as indústrias mais sujas, que não atraem apoio público, gastam dinheiro na política para obter os resultados que querem, e nós não”, argumenta Monbiot. “Elas financiam partidos políticos, grupos de lobby e think tanks, falsas organizações de base e anúncios obscuros nas redes sociais. Como resultado, a política passa a ser dominada pelas indústrias mais sujas (…) Dizem-nos para temermos os ‘extremistas’ que protestam contra o ecocídio e desafiam a indústria suja e os governos sujos que ela compra, (…) mas os extremistas que devemos temer são aqueles que ocupam os cargos de direção.”

 

ClimaInfo, 8 de agosto de 2019.

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