Ao longo do final de semana, viralizou uma nota da NASA que sugeria que os incêndios na Amazônia estariam dentro da média histórica. Ontem, a NASA mostrou os picos de emissão do monóxido de carbono produzidos pelas queimadas. Ficou claro que o que estamos presenciando está longe do “normal”.
O biólogo Danicley de Aguiar, do Greenpeace, lembrou bem para Renato Grandelle, d’O Globo, que “combater o desmatamento não é a especialidade das Forças Armadas. Elas podem auxiliar o Ibama, não vejo problemas, mas a coordenação do processo deve ser do Instituto. Para isso ele foi criado, para garantir a proteção de nossas florestas. Se não for fortalecido ainda mais, será barbárie total.”
E continuam saindo relatos dos encontros de jornalistas com os incêndios. Débora Álvares, do HuffPost, perto de Altamira, PA, foi ameaçada por madeireiros que negaram a existência dos incêndios enquanto ela fotografava os restos de terra queimados. “Não tem fogo nessa região, jornalistas só falam coisas ruins e erradas na TV. É melhor você sair daqui.”
Ontem, o aeroporto de Porto Velho, RO, foi fechado durante uma parte da manhã por causa da fumaça dos incêndios na região. E uma equipe da BBC teve que fugir correndo por conta de um foco de incêndio que se propagou rapidamente na sua direção.
Vale dar uma olhada numa matéria do ISA sobre as Terras Indígenas mais afetadas pelos incêndios.
Também vale ler uma bela matéria do pessoal do Letras Ambientais. Eles explicam em detalhes “5 fatos que talvez não te contaram sobre as queimadas na Amazônia”. O primeiro é que os incêndios têm pouco a ver com a seca. O segundo é que a expansão do agronegócio está em xeque por conta dos incêndios. O terceiro é que a fumaça traz consequências sérias à saúde. O quarto é que o Sudeste está sendo afetado pelos incêndios e, finalmente, que, no Nordeste, os estados do Matopiba estão liderando na quantidade de incêndios por lá.
ClimaInfo, 27 de agosto de 2019.
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