Duas das maiores tradings de commodities agrícolas, a ADM e a Bunge, vieram a público dizer que rastreiam a origem dos produtos brasileiros que comercializam e que não compram produtos de novas áreas desmatadas na Amazônia.
A Nestlé, que compra cacau, óleo de palma, soja e carne da Amazônia, disse que seus processos de compra estão sendo revisados “para garantir alinhamento com o padrão de fornecimento responsável e tomar ações corretivas quando necessário.”
Christopher Garman, da consultoria Eurasia, disse que “o risco agora é ter boicote de consumidores. Esse é um custo direto criado e exacerbado pela retórica de Bolsonaro”.
O The Guardian fez um apanhado das corporações que estão sob pressão por comprarem produtos brasileiros.
A francesa RF1 dá conta que um grupo de parlamentares franceses, junto com ONGs, pediram ao governo francês e ao parlamento europeu que exerçam um controle mais rigoroso sobre a origem da soja e da carne brasileira, para evitar que “os consumidores franceses sejam, à revelia de si mesmos, cúmplices do desmatamento na Amazônia”. No documento, dizem que “embora a taxa de desmatamento no Brasil tenha caído acentuadamente entre 2005 e 2015, ela subiu novamente e agora está em um nível recorde. Essa tragédia é uma consequência direta do enfraquecimento dos meios de controle e do afrouxamento das sanções contra os proprietários de terras que derrubam a floresta ilegalmente.”
Neste final de semana, Bolsonaro voltou a colocar a crise na conta dos estrangeiros que “querem a soberania brasileira. Daqui a pouco vão fazer uma maldade com os índios e botar na minha conta, dizer que não temos como tomar conta da Amazônia e dos índios.”
ClimaInfo, 2 de setembro de 2019.
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