Rodrigo Maia e ruralistas articulam agenda ambiental paralela

Rodrigo Maia e ruralistas

Rodrigo Maia e a bancada ruralista traçaram uma agenda ambiental paralela à do governo para contrapor, no Congresso, as críticas da comunidade internacional ao aumento do desmatamento.

Há uma insatisfação crescente de deputados e senadores ruralistas com a retórica ambiental de Bolsonaro e Salles. Segundo um deputado do núcleo ruralista ouvido pelo Valor, “Bolsonaro tem que descer do palanque e o radicalismo é uma praga que está prejudicando o país”.

A agenda inclui a votação de alguns projetos de lei e uma viagem à Europa. Pelo lado ruralista, a vontade é mostrar para os europeus que o produtor rural brasileiro não é culpado pelas queimadas e pelo desmatamento ilegal na região amazônica. Para Maia, a viagem tem como objetivo emplacar a tese de que o Parlamento brasileiro tem compromisso com a preservação do meio ambiente. Maia também pretende enterrar a possibilidade de os Parlamentos Europeus atrasarem a análise do acordo Mercosul-União Europeia.

Sobre os projetos de lei que fazem parte da agenda ambiental paralela, depois do café da manhã na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com parlamentares da bancada ruralista e dirigentes da rede de federações da entidade, Maia afirmou que esperava colocar em votação, ainda ontem (3/9), projetos que tenham consenso entre os parlamentares na área ambiental, como o que busca combater o desmatamento ilegal na Amazônia e o que institui a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais.

Os projetos considerados mais polêmicos, como os que tratam da lei geral do licenciamento ambiental, do uso de pesticidas e dos registros imobiliários de imóveis rurais em faixas de fronteira, Maia disse ser preciso buscar convergência na Câmara antes da apreciação das propostas: “A questão do licenciamento ambiental é muito importante, agora, qual texto que gera convergência? Com certeza haverá um texto que vai gerar convergência na Câmara entre ambientalistas e o agronegócio”. Será?

 

ClimaInfo, 4 de setembro de 2019.

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