Os ataques a Greta Thunberg

greta thunberg ataques

Após seu discurso na abertura da Cúpula do Clima desta 2ª feira, a jovem ativista climática Greta Thunberg se viu no centro de ataques pessoais nas redes sociais e na mídia conservadora.

Propagaram boatos sobre ela ser financiada pelo bilionário George Soros, atacaram sua aparência e sua condição de portadora de Síndrome de Asperger, entre outras barbaridades.

Eduardo Bolsonaro, o zero-três, postou uma montagem primária sobre uma foto de Greta, mostrando mais uma vez não ter estatura necessária para representar o país em uma importante embaixada.

Por outro lado, várias vozes se levantaram em defesa da adolescente e, mais, de seu muito singelo recado: ouçam a ciência e ajam!

O tuíte do zero-três foi comentado no Estadão e na Folha. Uma lista de fakes foi verificada pelo Estadão e pela RF1, dentre outros. O DeSmog fez um mapa com a rede de lobistas por trás dos vários ataques à Greta. Peggy Liu, em sua página no Linkedin, fez uma bonita defesa da jovem.

Martin Gelin, no New Republic, fez uma ligação perturbadora entre os que estão atacando Greta com as redes de negacionistas e a extrema direita misógina. Falando da viagem que a levou do Reino Unido aos EUA, Martin escreveu que “ao se aproximar da América, Thunberg foi perseguida por um tsunami de raiva masculina. Em seu primeiro dia de navegação, um ativista multimilionário do Brexit tuitou que queria que um acidente qualquer destruísse seu barco. Uma colunista conservadora australiana a chamou de ‘Messias profundamente perturbada do movimento do aquecimento global’, enquanto o ativista de extrema-direita britânico, David Vance, atacou a ‘pura petulância desta criança arrogante’.

À medida que os partidos conservadores se tornam cada vez mais ligados ao nacionalismo e a retórica misógina domina a extrema-direita […] teme-se que os laços entre os negacionistas e a misoginia se fortaleçam. O que antes era um problema prático […] tornou-se uma questão de identidade. E o medo da mudança é uma poderosa motivação”.

Mas a melhor defesa quem fez foi a própria Greta. Em sua página no Facebook, ela escreve simplesmente que “ser diferente não é uma doença e a melhor ciência atual não são opiniões – são fatos.”

No site do Climainfo, publicamos um texto mais longo onde Greta conta sua história.

Em tempo: A soteropolitana Catarina Lorenzo, de 12 anos assinou, junto com Greta e outros 14 jovens, uma reclamação formal contra a falta de ações decisivas no combate às mudanças climáticas por parte de Alemanha, Argentina, Brasil, França e Turquia. Catarina contou à Rafael Barifouse, da BBC, que foi à Cúpula do Clima em Nova York “para mudar o mundo. Estou aqui para representar todas as crianças do mundo e fazer algo para acabar com as mudanças climáticas. Nada vai nos parar, nada vai conseguir me deter […] Temos direito a um futuro.”

 

ClimaInfo, 27 de setembro de 2019.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)