Greta Thunberg e o cerco ambiental das crianças

cerco ambiental das crianças

O cerco ambiental das crianças: em sua coluna da semana passada n’O Globo, Tasso Azevedo faz um balanço das promessas de redução do desmatamento e de seus resultados para concluir que “estamos falhando em alcançar nossos objetivos para um manejo sustentável no planeta. Não por uma pequena margem. Na verdade, estamos muito longe de nossas metas (…) É hora de limpar as cadeias de suprimentos de qualquer coisa relacionada ao desmatamento, seja legal ou ilegal. É preciso que empresas falem em alto e bom som contra qualquer movimento para minar as áreas protegidas e os direitos indígenas (…) É o que minha filha diria. É isso que a Greta Thunberg e as crianças do mundo estão gritando conosco. Esse é o legado para o qual vale a pena existir.”

Greta Thunberg é fruto do modelo nórdico: a jovem ativista climática tem sido criticada por conservadores de toda espécie, que parecem motivados pela pergunta: quem (ou o que) está por trás de Greta Thunberg? Na visão destes grupos, seria impossível uma garota de 16 anos embarcar nesta cruzada sem uma agenda oculta. Para Helen Beltrame-Linné, “tudo indica que Greta é o fruto social de um país onde dinheiro fala, mas não tão alto quanto em outros cantos do mundo.” Segundo Helen, as crianças suecas aprendem desde cedo valores como coletividade, independência e integridade.

As ‘outras Gretas’: Greta estava na linha de frente da marcha contra a crise climática da 6a feira em Nova York, mas ao lado dela estavam várias “outras Gretas”, líderes indígenas que vieram de todo o mundo para exigir que a humanidade se una em defesa da Mãe Terra. Este artigo fala de algumas delas.

As manifestações jovens aparentemente mudaram o resultado eleitoral na Áustria: dois dias depois da marcha de milhões de manifestantes em todo o mundo invocando a ameaça da mudança climática, analistas dizem que o movimento liderado por Greta levou os eleitores a redesenhar a paisagem política na Áustria. Depois de terem sido expulsos do parlamento há apenas dois anos, os Verdes austríacos tiveram apoio inesperadamente triplicado nas eleições de domingo e chegaram a 14% dos votos, de acordo com projeções preliminares. Se confirmado, o resultado estabelece o grupo como possível parceiro numa coligação com o Partido Popular e mostra que as preocupações ambientais estão ocupando o topo da agenda política europeia.

Vergonha de voar: em 2018, a sueca Maja Rosén fundou o grupo “We Stay on the Ground” para recrutar pessoas que se comprometessem a desistir de voar durante um ano. Mas a promessa só entrará em vigor quando 100.000 pessoas se comprometeram a fazer o mesmo. O limiar é uma forma de mostrar aos participantes que eles não estão sozinhos. O esforço de Maja está agora sendo impulsionado por uma outra sueca, Greta Thunberg, quem mesmo antes de se tornar uma celebridade, liderou pelo exemplo viajando para eventos em toda a Europa principalmente de trem. E agora para os EUA em um barco a vela.

 

ClimaInfo, 01 de outubro de 2019.

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