Papa abre o Sínodo denunciando ‘novos colonialismos’

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O Papa Francisco abriu o Sínodo para a Amazônia com um discurso permeado de referências ao fogo. De um lado, aquele que alimenta o fiel e a Igreja: “Jesus não veio para trazer uma brisa suave à noite, mas para acender um fogo sobre a terra”. Do outro, o fogo que destrói o ‘nosso Lar Comum’ em nome do lucro. Referindo-se ao fogo dos incêndios na Amazônia, o Papa disse “não é o fogo do Evangelho, que é alimentado pelo compartilhar e não pelo lucro. O fogo que destrói, se espraia e cresce quando as pessoas querem promover apenas suas próprias ideias (…) na tentativa de uniformizar tudo e todos (…) Que Deus nos preserve da ganância de novas formas de colonialismo.”

A abertura do Sínodo foi destaque na Folha, nos Estadão, Globo, AFP, além de no Vaticano e na mídia católica.

O climatologista Carlos Nobre é um dos 12 convidados leigos para o Sínodo. Ele conversou com Giovana Girardi, do Estadão, dizendo que o documento preparatório do Sínodo aponta claramente “o que está acontecendo, a alta do desmatamento, os riscos para o clima”. Como os organizadores pediram ideias novas, “eu levo a defesa de que o potencial que existe na floresta, que é a biodiversidade, e o conhecimento das Populações Tradicionais podem levar a uma nova revolução na economia: uma bioeconomia da floresta em pé (…) e mostro o sentido de urgência que precisa pautar essa discussão. O futuro da Amazônia, das pessoas que vivem lá, depende de abandonarmos o modelo atual que destrói a floresta.”

Nos últimos dias, vários colunistas falaram das divisões na Igreja que serão pano de fundo para as três semanas do Sínodo, mas que pouco têm a ver com as questões ambientais e humanas da Amazônia. Vale ver as publicadas pelo Estadão, pela Época e pelo Valor.

 

ClimaInfo, 07 de outubro de 2019.

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