Blocos de petróleo próximo dos Abrolhos não tiveram ofertas

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A 16ª Rodada de concessões de blocos de exploração de petróleo promovida ontem (10/10) pela ANP arrecadou R$ 9 bilhões para os cofres da União. O leilão negociou ⅓ dos 36 blocos ofertados, e o investimento previsto na exploração das áreas negociadas é da ordem de R$ 1,6 bilhão, segundo informação do Valor.

Vale destacar que o ágio médio resultante, de 322%, mostra um grande apetite por parte das empresas internacionais pelas áreas leiloadas. Entre estas empresas destacaram-se, pelo tamanho dos lances, Petronas (Malásia), Total (França), Chevron (EUA), QPI (subsidiária brasileira da Qatar Petroleum) e BP (Reino Unido).

O El País destaca que, apesar de um parecer contrário do Ibama, a ANP incluiu no leilão quatro blocos localizados na bacia de Camamu-Almada, a 130 km do banco de corais de Abrolhos. O Ibama está preocupado, e com razão, com os impactos da exploração de petróleo sobre a região que tem a maior biodiversidade do Atlântico Sul e é berçário de espécies como a baleia jubarte.

A pressão ambientalista deu certo e nenhuma petroleira quis correr o risco e arrematar qualquer uma das sete áreas das bacias de Camamu-Almada e Jacuípe. A Conexão Abrolhos entregou ao Congresso Nacional e ao Ministério Público Federal (MPF), na 4ª feira (9/10), mais de um milhão de assinaturas contra a inclusão destes blocos no leilão. Os blocos foram ofertadas sub judice, por determinação da Justiça, devido a uma ação movida pelo Ministério Público Federal.

Segundo O Globo, “nos corredores do leilão, a análise geral das petroleiras é que as bacias no entorno da Bahia apresentam muitos riscos ambientais. As companhias querem evitar o caso envolvendo os campos obtidos pela francesa Total no Foz do Amazonas, em 2011, que até hoje não iniciou a exploração das áreas e deve abandonar o projeto.”

 

ClimaInfo, 11 de outubro de 2019.

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