As ligações do mundo financeiro com os combustíveis fósseis

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Bancos e fundos de investimento continuam despejando bilhões de dólares em combustíveis fósseis, segundo matérias da série “Os Poluidores” do The Guardian.

Um primeiro artigo relata que, desde o Acordo de Paris de 2015, os maiores bancos de investimento colocaram mais de US$ 700 bilhões para exploração, extração e processamento de carvão, petróleo e gás. Entre 2016 e 2018, junto com os maiores fundos de investimento, as atividades fósseis receberam a bagatela de quase US$ 2 trilhões. Por exemplo, os JPMorgan Chase, Wells Fargo e Bank of America pingaram, nesse período, US$ 80 bilhões para operações de fracking, a maioria na bacia Permiana do Texas.

Outro artigo foca nos CEOs de três dos maiores asset managers do mundo – BlackRock, State Street e Vanguard. Juntos, estes fundos têm uma carteira maior do que o PIB da China (US$ 13 trilhões, em 2018). Dessa pilha de dinheiro, US$ 300 bilhões estão investidos em fósseis. A BlackRock e a Vanguard têm historicamente usado suas posições de grandes acionistas em empresas fósseis para impedir medidas de enfrentamento das mudanças climáticas, como a de dar maior transparência quanto a análises do risco de seus ativos encalharem.

Um artigo de Natasha Landell-Mills, no Financial Times, recomenda exatamente o oposto. Para manter as carteiras saudáveis e com um futuro promissor, os gestores de fundos deviam usar seu poder nas assembleias de acionistas para forçar as empresas a adotarem posturas mais condizentes com a crise climática.

Ela escreve: “Já vimos histórias de falhas na responsabilização. Resultou na crise financeira. Os diretores dos bancos continuaram a ser reconduzidos a seus postos com o apoio de mais de 95% das assembleias, apesar de terem supervisionado estratégias que levaram a um acúmulo excessivo de riscos. As consequências desta vez serão provavelmente muito mais graves do que em 2008.”

 

ClimaInfo, 15 de outubro de 2019.

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