Um mundo sem a Amazônia – parte 2

Fred Pierce

Fred Pierce, no E360 da Universidade de Yale, conta do impacto do eventual desaparecimento da Floresta Amazônica observando uma fazenda no Mato Grosso onde, de um lado da estrada, se pode ver uma área de soja a perder de vista, enquanto do outro, se vê a floresta igualmente interminável do Território Indígena do Xingu.

A primeira diferença é a temperatura: na plantação, a temperatura média é de 34°C, 5°C mais alta do que a média de 29°C na floresta. E a diferença é ainda maior no final do período seco. A razão principal dessa diferença é a evapotranspiração das árvores que consome muita energia que vem do sol. Elimine as árvores e o calor do sol para de ser absorvido e esquenta o ambiente. Um segundo efeito é que, transpirando, parte da água é reciclada para dentro da própria floresta, gerando a umidade característica das florestas tropicais. Pierce diz que “à medida em que o clima muda, a vegetação também muda. O aumento da temperatura e uma estação seca mais longa, ambas causadas pela perda de árvores, acentuam um estresse hídrico que converte os ecossistemas da floresta tropical para a savana.”

Esse processo de savanização da Amazônia leva José Marengo, do Cemaden, a profetizar o mesmo que na nota ‘Um mundo sem Amazônia – parte 1’: Adeus Paris.

 

ClimaInfo, 18 de outubro de 2019.

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