Bolsonaro diz que a Amazônia está aberta ao mundo todo

Bolsonaro no Japão

Bolsonaro passará 3 dias no Japão participando da cerimônia de entronização do novo imperador, Naruhito. Falando com jornalistas, disse que “a Amazônia interessa ao mundo todo, está aberta. Tem que ser explorada, é nossa a Amazônia, não abro [mão] disso. Tem mais de 20 milhões de pessoas que não podem ser tratadas como alguns países no mundo querem.” Segundo Assis Moreira, do Valor, ele não especificou as nações às quais se referia. Também disse que “muitos investidores japoneses perderam fortunas com o governo do PT com roubalheira, com corrupção”, novamente sem citar um só fato ou nome.

Por falar em abrir a Amazônia, Maria Fernanda Ribeiro, do Repórter Brasil, fala de uma investigação do ISA sobre o tamanho do estrago que pode causar a determinação do governo em abrir as Terras Indígenas à mineração. Olhando apenas para os pedidos de pesquisa, Ribeiro cita um número de mais de 4.000. “Caso aprovadas, essas pesquisas de subsolo têm potencial de gerar danos ambientais em pelo menos 215 Terras Indígenas em todo o país (30% do total), em áreas que somam o equivalente a 28 milhões de hectares somente na Amazônia Legal. Afetariam também 160 etnias, sendo 12 delas de povos isolados.”

“A Terra Indígena mais cobiçada, em número de processos, é a dos Yanomami, entre os estados de Roraima e Amazonas”, continua, “onde a corrida do ouro ilegal já deixou a região marcada pela invasão de garimpeiros e a contaminação por mercúrio. Se os 536 requerimentos para essa área, solicitados por 58 empresas, avançarem até sua fase final, a mineração poderá impactar 42% da terra dos Yanomami, com um potencial de destruição de 4 milhões de hectares de floresta”.

 

ClimaInfo, 22 de outubro de 2019.

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