Térmicas a carvão nos EUA bebem muito mais água do que as a gás natural

carvão

Gerar eletricidade a partir do vapor que sai de caldeiras alimentadas a carvão consome mais água do que a geração de eletricidade a partir de gás natural. As caldeiras queimam carvão mineral, óleo combustível ou biomassa para produzir o vapor que passa em uma turbina para gerar a eletricidade. Em seguida, é preciso resfriar o vapor para começar o ciclo outra vez. O mais simples é usar mais água para resfriar o vapor. É isso que fazem as térmicas e as usinas nucleares. Já as térmicas a gás natural são, basicamente, turbinas de avião fixas ao solo queimando diretamente gás natural. O sistema também precisa ser resfriado, mas o consumo de água é bem menor do que o das térmicas a vapor.

Entretanto, pelo menos nos EUA, parte importante do gás natural é extraído via fracking, processo que consome muita água, bem mais do que extrair carvão das minas norte-americanas.

Um trabalho recém publicado na Environmental Research Letters estimou o balanço hídrico da entrada de térmicas a gás no lugar das que queimam carvão, das operações de fracking para a extração desse gás e da exploração de minas de carvão. As contas mostraram que, em média, as térmicas a carvão consomem 0,6 m3 para cada MWh gerado enquanto as a gás natural consomem 0,18 m3 para cada MWh gerado. Esse trabalho tem um interesse especial porque boa parte do gás norte-americano é extraído na região do norte do Texas, em locais em que se prevê que o estresse hídrico se agudizará nos próximos tempos.

Em tempo: O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) vem analisando o consumo de água nas térmicas brasileiras desde 2015. Vale a leitura do relatório.

 

ClimaInfo, 24 de outubro de 2019.

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