Polêmica sobre sol e carvão na matriz elétrica brasileira

Miriam Leitão

Miriam Leitão, n’O Globo, entrou na discussão sobre a proposta de corte do que a Aneel chama de subsídio a quem instala painéis solares em casa ou no negócio: “A Aneel diz que os incentivos à solar custam hoje R$ 340 milhões e vão crescer. O subsídio ao uso do carvão custa três vezes mais, R$ 1 bilhão, e o governo quer que o BNDES volte a financiar termelétricas a carvão, medida suspensa no governo Temer. O ministro Bento Albuquerque não esconde sua intenção de ampliar a cara e perigosa energia nuclear (…) Se o caminho for subsidiar ainda mais as termelétricas a carvão, que já são caríssimas e têm a maior emissão possível, e ainda retomar o delírio de centrais nucleares, o país estará muito mal. No rota oposta à que deveria ir.” Touché.

Solar: Renée Pereira, no Estadão, fez uma boa matéria sobre as fotovoltaicas no país. São mais de 110 mil conexões, com capacidade de mais de 1,3 GW – uma hipotética hidrelétrica com essa capacidade estaria entre as 20 maiores do país. Dois terços da eletricidade gerada vêm dos grandes parques solares. O restante, a geração distribuída, é composta pelos painéis instalados em casas e empresas. Aliás, nos últimos anos, as instalações em empresas estão respondendo por boa parte do crescimento da fonte e já são metade da capacidade instalada da geração distribuída. Vale ler a matéria que traz exemplos da viabilidade econômica dos painéis.

Em tempo:  Na visão da Statkraf, a gigante norueguesa das energias renováveis, a eletricidade de origem solar se tornará mais barata do que a das usinas de carvão existentes por volta de 2023; a solar fotovoltaica deve se tornar a maior fonte global de eletricidade em 2050, com custos da ordem de 15 euros por MWh.

 

ClimaInfo, 4 de novembro de 2019.

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