MPF do Pará admite que não há rastreamento total do gado 

gado Pará

O rigoroso controle da produção do gado, que tem sido usado para evitar boicotes sanitários, não se aplica quando o assunto é o meio ambiente. Balanço de auditorias feitas pelo Ministério Público Federal em 23 frigoríficos, que, somados, abateram 65% do gado vendido em 2017, mostra que 6,25% dos animais apresentaram irregularidades, incluindo a compra de bois criados em fazendas com desmate ilegal ou com problemas de licenciamento ambiental.

O MPF admitiu que não há controle total do gado desde o nascimento. O procurador Daniel Azeredo admitiu que nenhum frigorífico ou empresa do varejo, como supermercados, tem como assegurar que a carne que vende foi produzida sem passar por área de desmate ilegal, relata Fabiano Maisonnave em matéria para a Folha de S.Paulo. “Isso ocorre porque eles não monitoram o gado desde a origem, ou seja, não controlam as fazendas de cria e recria, que vendem o gado para as fazendas de engorda das quais os frigoríficos compram o gado”, afirma o pesquisador Paulo Barreto, do Imazon.

No caso da JBS, a maior empresa de carne do Brasil e do mundo, o percentual de gado com evidência de irregularidade caiu de 19%, na auditoria do ano passado, para 8,3%.

As auditorias fazem parte dos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) assinados com o MPF em 2009 por um grupo de frigoríficos que atuam no Pará, onde a conversão de floresta em pasto responde por 58% do desmatamento.

 

ClimaInfo, 18 de novembro de 2019.

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