Desmatamento avança pelo interior da Amazônia

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Estados que em geral apresentavam taxas menores de desmatamento, como Amazonas, Roraima e Acre, tiveram altas expressivas neste ano, de acordo com o PRODES 2019, indicando uma tendência de interiorização desse tipo de crime.

“O PRODES deste ano mostra que o desmatamento não está mais tão concentrado, o que parece ter a ver com a redução do controle”, comentou o ex-diretor do INPE e hoje diretor do secretariado do Grupo de Observações da Terra, Gilberto Câmara, a Giovana Girardi, do Estadão. Ele lembrou que, no Acre, o governador Gladson Cameli (PP) recomendou, em julho, que produtores rurais não pagassem multas ambientais que tivessem recebido. Não surpreende, portanto, que seu estado tenha apresentado uma alta de 55% no período, passando de 444 km² para 688 km² – a maior taxa desde 2004.

No caso do Amazonas, foi a maior taxa desde 2003: 1.421 km². O salto foi de 36%, fazendo com que o estado ocupasse o terceiro lugar entre os maiores desmatadores, superando Rondônia.

Roraima, por sua vez, viu o desmatamento crescer 216,4% entre agosto do ano passado e julho deste ano na comparação com o período anterior.

Para Raoni Rajão, da Universidade Federal de Minas, Amazonas, Acre e Roraima “são novas fronteiras de especulação, não de expansão e produção agropecuária”. Segundo ele, grande parte da perda no Amazonas pode estar ligada à especulação em torno do asfaltamento da BR-319, que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM). Essa explicação também foi aventada por Tasso Azevedo, do SEEG.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2019.

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