Resolvendo o quebra-cabeças do uso da terra no Brasil, aumentando a produção e desacelerando o desmatamento da Amazônia

desmatamento da Amazônia

Um estudo desenvolvido pelo IPAM e publicado nesta semana na Science, propõe quatro estratégias para a redução do desmatamento da Amazônia com aumento simultâneo da produção e do bem-estar social.

  1. Eliminar a grilagem de terras e a especulação fundiária por meio da designação de florestas públicas. Isso esclareceria a posse da terra e limitaria o conjunto de terras disponíveis para a expansão descontrolada da agricultura e pecuária.
  2. Reduzir o desmatamento em propriedades privadas por meio da implantação dos mecanismos existentes no Código Florestal Brasileiro, de modo a facilitar os pagamentos por serviços ambientais, com apoio de iniciativas de mercado para o abastecimento sustentável de produtos agrícolas.
  3. Incentivar o aumento da produtividade em propriedades médias e grandes por meio de investimentos direcionados. Estimular a adoção de tecnologias comprovadas para a intensificação sustentável ajudaria a cumprir as metas de produção do país e a crescente demanda internacional por produtos agrícolas, sem a expansão para novas áreas de produção.
  4. Promover melhorias econômicas, ambientais e sociais por meio da assistência técnica aos pequenos agricultores. Os pequenos agricultores ocupam uma grande faixa da Amazônia e muitas vezes não têm acesso a assistência técnica, tecnologia de produção e mercados. A prestação de assistência técnica de qualidade aos pequenos agricultores poderia ajudá-los a alinhar melhor as práticas de produção com as oportunidades locais, aumentar a renda familiar e melhorar os meios de subsistência, e reduzir a pressão do desmatamento.

Implantando estas quatro estratégias num esforço coordenado entre agentes públicos e privados, o Brasil pode mostrar ao mundo como reduzir o desmatamento enquanto aumenta a produção agrícola, restabelecendo sua liderança na gestão dos recursos naturais e mitigando a mudança climática.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2019.

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