Salles não apresenta medidas concretas de combate ao desmatamento

Salles desmatamento

Em entrevista coletiva realizada ontem depois de encontro com os governadores dos nove estados da Amazônia, o ministro do meio ambiente, sem a presença dos governadores, disse que sua missão na COP25 será obter recursos para a Amazônia, contradizendo ações anteriores de sua gestão, que paralisaram, por exemplo, o Fundo Amazônia.

Segundo o Poder 360, Salles e governadores “alinharam diretrizes para o desenvolvimento da região amazônica”, mas “não chegaram a uma solução sobre o dinheiro para tornar os entendimentos possíveis.” A falta dessa solução talvez explique a coletiva solitária de Salles.

Os governadores querem ter acesso a R$ 430 milhões que foram liberados pelo STF do fundo da Petrobras, em setembro. Logo depois da reunião com Salles, os governadores peticionaram ao ministro Alexandre Moraes uma nova determinação sobre o repasse, que nunca chegou.

Na coletiva Salles criticou o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), dizendo que ele não saiu do papel porque só reuniu “ideias”. Apesar disso, o ministro apresentou genericamente eixos de ações que já constam no PPCDAM.

Como bem notou o Observatório do Clima, conduzir a conversa nessa direção, que incluiu falas sobre regularização fundiária e zoneamento econômico ecológico, só serve para desviar a atenção dos problemas reais: o desmatamento resulta de atividades criminosas, incentivadas pela certeza de impunidade.

Para o WWF-Brasil, “seguimos sem um plano concreto para conter o desmatamento na Amazônia. O ministro Ricardo Salles apresentou um conjunto de ideias que não serão suficientes para conter o atual ritmo de destruição da Amazônia”.

A coletiva foi repercutida pelos Correio Braziliense, G1, UOL e Reuters, entre outros.

 

ClimaInfo, 21 de novembro de 2019.

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