Bolsonaro: ninguém tem que perturbar governo por questões ambientais

Bolsonaro capim

Segundo a Folha, um dia depois de dizer que desmatamento é cultural no Brasil, Bolsonaro afirmou ontem que ninguém pode perturbar seu governo por questões ambientais. Ele sugeriu aos jornalistas que mudassem o tema das perguntas e disse que, se o agronegócio não puder ser desenvolvido, a imprensa terá de comer capim: “Qual é a mata ciliar nos rios da região europeia? Um palmo? Vejam isso. O mundo está sedento por alimentos (…) A máquina da nossa economia é o agronegócio. Querem enterrar o agronegócio? Querem que eu cumpra o que alguns líderes queriam na primeira reunião lá fora comigo: passar de 14% para 20% a reserva indígena? Querem acabar com o Brasil? Acaba, vocês vão comer capim (…) Vocês da imprensa vão comer capim porque não vai ter mais alimento no campo”.

Em tempo 1: Mencionando a fala sobre o “desmatamento cultural”, um editorial do Valor descreve a agressão feita pelo governo Bolsonaro aos fatos e aos mensageiros das más notícias sobre aumento acelerado do desmatamento na Amazônia, comenta a dificuldade real de combate ao desmatamento enquanto destaca experiências bem-sucedidas neste combate e conclui que o futuro imediato é tenebroso para a região, porque não há mais política ambiental: “Sempre houve falsificação em massa de documentos, chantagem e assassinatos para obtê-los por grileiros. Pelo visto, nem isso será mais necessário.”

Em tempo 2: Enquanto tudo isso acontece na política brasileira, a Oxford Dictionaries elege como palavra do ano a expressão “emergência climática”, e O Globo escreve sobre sete fatos que mostram que já estamos em uma emergência climática.

 

ClimaInfo, 22 de novembro de 2019.

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