Direto da COP25: resumo desta quinta-feira

primeira semana de COP25

Estamos nos aproximando do final da primeira semana de COP25 em Madri. Nas mesas de negociação, alguns elementos importantes nas discussões sobre o Acordo de Paris começam a tomar forma nos documentos preliminares dos grupos de contato e de trabalho em Madri – como, por exemplo, chamados para planos climáticos mais ambiciosos por parte dos países em 2020, a importância da meta financeira de US$ 100 bilhões anuais para ação climática e o reconhecimento das conclusões científicas do IPCC nas decisões da COP25 e no encaminhamento de agenda para a COP26 de Glasgow. Mas ainda tem muita água para correr debaixo dessa ponte…

No que diz respeito ao Artigo 6, os co-chairs do grupo de contato que discute a questão dos mecanismos de mercado no Acordo de Paris deverão apresentar um novo texto nesta sexta-feira (ou, no mais tardar, dependendo da complexidade, no sábado). Isso porque o texto apresentado no começo da semana desagradou muitos negociadores. Ontem, a Arábia Saudita tentou desacelerar o processo, questionando a “rapidez” com a qual o novo texto vem sendo escrito e de que maneira ele capturaria as diferentes visões dos negociadores. A reação de alguns países, como Tuvalu, não foi a das melhores. Uma boa síntese das discussões de ontem pode ser encontrada aqui.

Nas discussões sobre perdas e danos, a questão do financiamento continua sendo a pedra no sapato. O sumário apresentado pelos facilitadores nesta quinta-feira não inclui referências suficientes para o pedido financeiro do G77 e do grupo dos países menos desenvolvidos. Até que se chegue a algum tipo de compromisso em torno do apoio financeiro a países atingidos por eventos extremos, será difícil vislumbrar como esse item da agenda da COP25 pode ser fechado.

Fora das rodas de negociadores, a COP25 foi agitada nesta 5ª feira, com manifestações contra o governo japonês e sua insistência com projetos de carvão, com direito a simpáticos Pikachus carregando baldes de carvão para o primeiro-ministro Shinzo Abe. Outro foco de manifestação foi a apresentação das gigantes fósseis Shell, BP e Chevron durante um side event no Ifema.

 

ClimaInfo, 6 de dezembro de 2019.

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